O dólar futuro para fevereiro abriu com viés de alta, mas passou a cair logo depois de olho na queda dos juros futuros de curto prazo, após o tom mais hawkish da ata do Copom, que reforça a visão do mercado de que a Selic pode subir já em março dos atuais 2%. Também pesa no ajuste pós feriado em São Paulo, a perda de força da moeda americana no exterior na última hora, em meio à migração dos índices futuros das bolsas de Nova York para território positivo, reagindo a balanços trimestrais por grandes empresas dos EUA que, de modo geral, agradaram os investidores.
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Na ata, o Copom enfatiza que o prolongamento de políticas emergenciais na pandemia que piore a trajetória fiscal pode elevar risco e o juro estrutural. A perspectiva de alta da taxa Selic tende a atrair mais investidores estrangeiros para o País, o que ajuda na baixa do dólar futuro.
Um profissional de renda fixa disse que essa aposta de aperto monetário próximo suaviza a pressão com a possibilidade de volta do auxílio emergencial, além de ruídos políticos.
Em evento do Credit Suisse, nesta manhã, o ministro da Economia, Paulo Guedes, reafirmou a importância da vacinação em massa no País para a volta segura ao trabalho, disse que se a pandemia está assolando o brasil de novo, vai declarar estado de guerra e defendeu a desobstrução da pauta na volta do Congresso aos Trabalhos. ” Tem que fazer o 3d (desindexação, desvinculação, desobrigação)”, afirmou. Guedes também cutucou indiretamente o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. “Tem um pessoal que se diz democrata, mas não sabe perder eleição”, afirmou.
Ontem, os dois principais parlamentares candidatos à presidência da Câmara – Baleia Rossi (MDB-SP) e Arthur Lira (PP-AL) – disseram que dá para fazer um novo auxílio dentro do teto. O atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que apoia a candidatura de Baleia, disse também nesta segunda que, se o endividamento do País tiver fechado num patamar menor, é possível debater uma prorrogação do auxílio por até seis meses, em valor de R$ 200 ou R$ 300.
Já Lira buscou mostrar alinhamento aos objetivos de Paulo Guedes e se disse disposto, se eleito para o comando da Câmara, a discutir a revisão de gastos como o abono salarial, espécie de 14º salário pago a trabalhadores com carteira que ganham até dois salários mínimos. O benefício é considerado disfuncional pela equipe econômica.
Às 9h33, o dólar futuro para fevereiro recuava 1,17%, a R$ 5,4055.
Por Silvana Rocha
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