(Atualizada às 7h55)
O presidente da Eletrobras (ELET6, ELET3) e membro do conselho de administração, Wilson Ferreira Junior, renunciou ao cargo por motivos pessoais.
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A informação foi divulgada pela estatal elétrica no domingo (24). Ferreira Junior era um dos pilares das perspectivas de analistas para uma eventual privatização da empresa. Sua saída levanta ainda mais dúvidas sobre essa possibilidade.
Na quinta-feira (21), as ações da Eletrobras caíram 6,15% (PNB) e 5,15% (ON) depois de o candidato apoiado pelo governo Bolsonaro para a presidência do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), declarar que a privatização da estatal não seria um foco da sua gestão. Analistas passaram a colocar em dúvida a chance de privatização ainda durante o governo de Jair Bolsonaro. O Bradesco BBI cortou a recomendação da Eletrobras para “neutro” até o fim das eleições no Congresso, em 1º de fevereiro.
“Wilson permanecerá no referido cargo de presidente até o dia 5 de março de 2021, permitindo a adequada transição para seu sucessor, ainda a ser indicado”, informa a Eletrobras.
“A companhia aproveita o ensejo para agradecer ao Wilson por sua reconhecida liderança na reestruturação organizacional e financeira do Sistema Eletrobras durante seu mandato de cerca de 4,5 anos. Sob sua gestão, a companhia atingiu lucros históricos, reduziu sua alavancagem a patamares compatíveis com a geração de caixa, reduziu custos operacionais com privatizações de distribuidoras e programas de eficiência, colocou em operação obras atrasadas, simplificou a quantidade de participações acionárias, com a venda, incorporação e encerramento em cerca de 90 sociedades de propósito específico, aprimorou seu Programa de Compliance, padronizou estatutos sociais e alçadas de aprovação das Empresas Eletrobras e resolveu contenciosos importantes nos Estados Unidos decorrentes de reflexos da Operação Lava Jato, dentre outras realizações relevantes”, acrescenta a estatal.
Histórico
Wilson Ferreira Junior estava à frente da Eletrobras desde 2017, quando foi nomeado pelo então presidente Michel Temer. O executivo é um dos principais defensores do plano de privatização da estatal, que enfrentou reveses ao longo dos anos e acabou não se concretizando.
O executivo chegou a se envolver em polêmicas no início da sua gestão. Em junho de 2017, a divulgação de uma conversa de Ferreira Júnior com sindicalistas gerou mal-estar na empresa, depois de o então presidente da companhia se referir a funcionários com adjetivos como “safados” e “vagabundos.”
(Com Estadão Conteúdo)
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