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Tensão política, fiscal e exterior fazem juros futuros subirem

(Foto: Shutterstock)

O aumento da tensão política, as ameaças fiscais, o avanço da covid e a influência do exterior fizeram os juros futuros saltarem na sessão desta segunda-feira, 11. A curva está cada vez mais inclinada, com o disparo de quase 20 pontos-base dos trechos mais longos. O diferencial entre os contratos de janeiro 2022 e janeiro 2027 voltou ao nível de 400 pontos-base, registrado pela última vez nos primeiros pregões de dezembro.

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O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou com taxa de 3,225% (regular) e 3,195% (estendida), de 3,13% no ajuste de sexta-feira. O janeiro 2023 subiu de 4,686% a 4,89% (regular) e 4,86% (estendida). E o janeiro 2027 avançou de 7,033% a 7,25% (regular) e 7,21% (estendida).

O diferencial entre as taxas de 2022 e 2027, medida da inclinação da curva, passou de 390 pontos-base na sexta-feira a 402 pontos hoje. A última vez que essa taxa havia ultrapassado o nível de 400 pontos foi em 2 de dezembro. A partir dessa data, o fluxo estrangeiro, o bom humor com ativos de risco e o alívio no câmbio contribuíram para fechamento da curva. Em 30 de dezembro, por exemplo, o diferencial chegou a 355 pontos.

A aceleração deste movimento de inclinação da curva decorreu do noticiário ao longo do fim de semana. O debate sobre a volta do auxílio emergencial diante da forte aceleração de casos de covid-19 no País e a sucessão na Câmara ganharam fôlego desde a noite de sexta-feira.

Particularmente, os investidores receberam mal o flerte do deputado Baleia Rossi (MDB-SP) com a pauta do impeachment do presidente Jair Bolsonaro. O emedebista negou à Folha de S.Paulo que pautaria o tema caso seja eleito presidente da Câmara, mas amenizou o tom depois de cobrança da presidente do PT, Gleisi Hoffmann.

O investidor ficou de olho ainda no cenário externo. Empossado em 20 de janeiro, o democrata Joe Biden deve avançar no debate de mais estímulos fiscais, como reafirmou hoje, com o aval das maiorias na Câmara e no Senado.

E isso, mais uma vez, provocou alta dos juros do Treasuries, especialmente os de 10 anos, que chegaram a 1,14% na máxima de hoje. A aposta do mercado é de que a nova rodada de estímulos vai provocar aceleração da atividade e da inflação, ao mesmo tempo que a população americana está sendo imunizada contra a covid-19.

“Esse aumento da T-note provoca uma reprecificação de ativos no mundo todo”, lembra o estrategista-chefe do banco digital modalmais, Felipe Sichel.

Por Mateus Fagundes

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