Política

Bolsonaro diz que não pode mudar País ‘sozinho’ e promover despesas além do teto

Seis dias após ter dito que o Brasil está “quebrado”, o presidente da República, Jair Bolsonaro, voltou a apontar o estado das contas públicas como um fator que limita sua atuação no cargo. Nesta segunda-feira, 11, o mandatário alegou que não vai mudar o País “sozinho” e afirmou que não pode promover despesas além do teto de gastos, apesar de alguns quererem, nas suas palavras, que ele faça “milagre”.

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A apoiadores, Bolsonaro se queixou de que não seria fácil administrar o País com poucos recursos, quadro que ele atribuiu à emenda constitucional que limita o aumento dos gastos públicos à inflação do ano anterior.

“Cada vez menos recursos com a lei do teto e fazendo mais. Alguns querem que eu minta ‘ah, o Brasil está uma maravilha’. Não está uma maravilha”, disse o presidente. “Sabe a nossa dívida interna quando é que está? R$ 5 trilhões. Isso é sinônimo que estamos bem ou estamos mal?”, questionou. Ele apontou 2020 como um ano “perdido”.

O chefe do Planalto falou, ainda, de um acordo que teria sido assinado com o Japão em torno de pesquisa tecnológica envolvendo o desenvolvimento de baterias com nióbio e grafeno, dois tipos de minério que Bolsonaro há anos faz questão de exaltar. Na sua visão, o país que conseguir desenvolver uma “superbateria” com nióbio e grafeno conseguiria o “invento do século”. Nesse caso, para ele, o preço do petróleo iria “lá para baixo”.

‘Imbrochável’

Em meio a pedidos de impeachment acumulados na gaveta da Presidência da Câmara e a críticas por sua postura e suas atitudes em relação à pandemia de covid-19, Bolsonaro ainda declarou: “Vocês não sabem o tamanho da minha paciência, eu sou imbrochável, então vão ter que me aturar, só papai do céu me tira daqui. Mais ninguém.(sic)”

Crítica a prefeitos e governadores

Assim como vem fazendo desde a chegada da pandemia de covid-19 ao Brasil, Bolsonaro criticou nesta segunda-feira prefeitos e governadores que adotaram restrições ao funcionamento do comércio como medidas de enfrentamento à propagação do vírus. Ele chegou a insinuar que gestores teriam “roubado” emprego dos trabalhadores.

“Quem roubou emprego de vocês? Foi eu (sic)? Eu fechei alguma coisa? Não fechei nada”, disse o presidente da República a apoiadores. “Fecharam tudo e, agora, estou vendo alguns prefeitos fechando novamente, como o de Belo Horizonte (Alexandre Kalil). Vão fechar aí restaurantes, bares, fechando para quê?”, questionou em conversa com apoiadores.

Por Nicholas Shores e Emilly Behnke

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Estadão Conteúdo

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