Renda Fixa

Fiscal e tensão externa impulsionam juros; mercado aguarda leilão do Tesouro

Já impulsionados na sessão regular pelo temor de mais pressão fiscal no Brasil, os juros futuros avançaram ainda mais na etapa estendida. O movimento ocorreu na esteira do aumento da tensão política nos Estados Unidos, depois de manifestantes pró-Donald Trump invadirem o prédio do Capitólio, em Washington, onde o Congresso se preparava para certificar a vitória de Joe Biden.

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A taxa do Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 subiu de 2,904% na terça-feira para 2,945% na regular e 2,985% na estendida (na máxima). O janeiro 2023 passou de 4,305% para 4,420% (regular) e 4,465% (estendida). O janeiro 2025 foi de 5,774% a 5,930% (regular) e 5,980% (estendida). E o janeiro 2027 saltou de 6,503% a 6,700% (regular e estendida).

O estresse no mercado de juros veio desde a abertura dos negócios, reverberando ainda o noticiário da véspera. Os investidores reagiram com desconfiança à fala do presidente Jair Bolsonaro, que na terça-feira cedo disse a apoiadores que o País estava “quebrado”.

A equipe econômica tentou conter a desconfiança, alegando que, ao fazer o alerta, o chefe do Executivo mostrava compromisso com as contas públicas. Mas o temor de a fala do mandatário preceder uma rodada de populismo fiscal trouxe desconfiança aos agentes.

O gerente de renda fixa de uma corretora paulista lembra que a preocupação fiscal é uma tônica em todo o mundo, embora os países desenvolvidos tenham espaço ainda para reagir à aceleração da doença. “Hoje o fiscal pesou muito, com o mercado vendo uma chance de os auxílios voltarem porque a pandemia segue em alta e o lockdown pode voltar”, comentou.

Apesar do temor do mercado, na equipe econômica, os gastos sociais estão, neste momento, restritos à dotação já esperada do Bolsa Família. No período da manhã, o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) noticiou que o governo pretende editar uma Medida Provisória (MP) de reestruturação do programa, sem expansão do gasto dele, contudo.

O mercado de juros se preparou, também, para o primeiro leilão de títulos pré-fixados do ano, a ser feito na quinta-feira cedo pelo Tesouro. Serão oferecidos lotes de LTN para 1º/4/2022, 1º/1/2023 e 1º/7/2024 e de NTN-F para 1º/1/2029 e 1º/1/2031. Haverá também LFTs para 1º/3/2022 e 1/3/2027. Os volumes serão conhecidos nesta quinta-feira.

Por Mateus Fagundes

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Estadão Conteúdo

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