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‘Forward guidance’ poderá ser retirado em breve, aponta BC no RTI

O Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado na manhã desta quinta-feira (17) pelo Banco Central (BC), manteve as indicações trazidas no comunicado da semana passada, quando o colegiado manteve a Selic (a taxa básica da economia) em 2,00% ao ano. Entre elas, a de que o forward guidance (prescrição futura, no jargão em inglês) poderá ser retirado nas próximas reuniões. Esta ideia também constou na ata do encontro, publicada na última terça-feira.

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O instrumento adicional de política monetária foi adotado pelo colegiado em agosto com o compromisso de não reduzir o grau de estímulo monetário desde que três condições sejam satisfeitas: projeções de inflação abaixo da meta no horizonte relevante, manutenção do regime fiscal e expectativas de longo prazo ancoradas.

No RTI agora divulgado, o Copom (Comitê de Política Monetária) voltou a destacar que essas condições seguem satisfeitas, mas admitiu que em breve isso pode mudar, conforme o ano de 2021 perca peso para o horizonte relevante da política monetária nos próximos meses. Isso porque as projeções para 2022 estão se aproximando da meta de inflação para aquele ano, o que pode derrubar um dos critérios da prescrição.

“Desde a adoção do forward guidance, observou-se uma reversão da tendência de queda das expectativas de inflação em relação às metas para o horizonte relevante”, apontou o RTI. “A manutenção desse cenário de convergência da inflação sugere que, em breve, as condições para a manutenção do forward guidance podem não mais ser satisfeitas.”

Ainda assim, o colegiado esclareceu que a eventual retirada do forward guidance não significará automaticamente uma elevação da taxa de juros, já que a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo “extraordinariamente elevado frente às incertezas quanto à evolução da atividade”.

“No cenário de retirada do forward guidance, a condução da política monetária seguirá o receituário do regime de metas para a inflação, baseado na análise da inflação prospectiva e de seu balanço de riscos”, lembrou o relatório.

Por Fabrício de Castro e Eduardo Rodrigues

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Estadão Conteúdo

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