A equipe do BTG Pactual avalia que o potencial de valorização do Ibovespa tem no meio do caminho o imbróglio fiscal do Brasil, o que pode desviar a rota do principal índice da B3 em 2021 para os 81 mil pontos ou pavimentar o rumo até os 151 mil pontos.
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Os analistas do banco Carlos Sequeira e Osni Carfi pensaram em 6 possíveis desfechos para o debate sobre a trajetória das contas públicas (3 positivos e 3 negativos) e seus efeitos na Bolsa brasileira no próximo ano. Na visão deles, por ora, a probabilidade de um cenário positivo parece maior do que um negativo.
“Em nossos cenários mais moderados e aqueles onde atribuímos maiores chances, o Ibovespa varia de 139.686 pontos a 102.197 pontos”, dizem os analistas, que recomendam uma carteira diversificada de ações frente aos riscos, mesmo com a expectativa mais favorável para o desenlace fiscal.
Ibovespa em 151.728 pontos
O governo criaria um novo programa social financiado pelo corte de outras despesas e ineficiências da máquina pública. Seria o melhor cenário possível, mas com baixa probabilidade de se materializar (10%).
Ibovespa em 139.686 pontos
O governo optaria pela expansão do Bolsa Família, simultaneamente ao corte automático de outras despesas e uma versão light da PEC Emergencial. “Não é o cenário perfeito, mas ainda positivo”, avalia a dupla do BTG, que vê chance de 35% para este caminho.
Ibovespa em 133.166 pontos
Nada será feito – “um cenário provável no curto prazo”, afirma os analistas. Ou seja, nenhum novo programa social seria criado, nem ocorreriam mudanças nos atuais, sem medidas para conter, portanto, o déficit fiscal. A equipe do BTG vê esta resolução como marginalmente positiva, mas insustentável. A probabilidade aqui é de 20%.
Ibovespa em 102.197 pontos
O governo lançaria um novo programa social financiado por meio de aumento da carga tributária. Isso acabaria violando a regra do teto de gastos, mas sem elevar o déficit fiscal. O BTG atribui uma chance de 20% para este cenário. Mesmo que membros do Congresso indiquem que novos impostos estão fora de cogitação, os analistas do banco não descartam completamente essa cartada.
Ibovespa em 90.920 pontos
O auxílio emergencial acabaria sendo estendido em 2021 para combater a segunda onda de casos de Covid-19. A regra do teto de gatos seria respeitada, mas o déficit fiscal aumentaria de qualquer maneira. “As chances deste cenário aumentaram nos últimos meses (e
é politicamente tentador), mas nos últimos dias políticos importantes têm se posicionado contra”, afirmam Sequeira e Carfi, do BTG, estimando uma chance de 10%.
Ibovespa em 81.129 pontos
O governo criaria um novo programa social em total desrespeito à regra do teto de gastos. Seria o pior cenário possível, na visão dos analistas, mas (felizmente) a probabilidade é baixa: 5%.
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