A combinação de vencimentos do Ibovespa, votação sem sustos da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2021 e a promessa do Fed (o banco central dos EUA) de continuar injetando recursos nos mercados financeiros de forma contínua contra a recessão levou o principal índice da Bolsa de São Paulo, B3, a romper o nível dos 118 mil pontos na tarde de ontem. O índice terminou o pregão em 117.857,35 pontos (+1,47%), maior nível desde 22 de janeiro, marcando ganho no ano de 1,91%.
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Operadores relataram que uma operação grande no mercado futuro do Ibovespa teve forte interferência no desempenho do indicador. Para Ariovaldo Ferreira, gerente de renda variável da H.Commcor, a rolagem de contratos de derivativos do Ibovespa para 2021 também contribuiu para a melhora do desempenho do mercado, observando que o fluxo de recursos externos continua firme e assim deverá permanecer. “O próximo vencimento do índice com liquidez ocorrerá em fevereiro, quando já teremos iniciado a vacinação contra a covid-19 e teremos uma perspectiva mais clara sobre o andamento das reformas no Congresso”, afirma.
“Havia uma cautela grande antes da decisão do Fed e Jerome Powell (seu presidente) confirmou que a instituição fará o que estiver ao seu alcance para incentivar a economia. Isso se soma ao otimismo com a vacinação que se inicia no mundo”, disse Pedro Galdi, da Mirae. “O Fed deu diretrizes que o mercado esperava, de extensão de quantitative easing e de usar todas as ferramentas para melhoria da economia americana. Com certeza contribuiu para a puxada”, afirmou o estrategista Jefferson Laatus, do Grupo Laatus.
Dólar
O dólar teve novo dia de alta, em descompasso com a euforia vista na Bolsa e a queda no risco Brasil, medida pelo derivativo Credit Default Swap (CDS), que chegou a cair a 148 pontos, o menor nível em 9 meses. Profissionais das mesas de câmbio dizem que pesou ontem a demanda por dólar à vista, comum na reta final do ano, para empresas e fundos remeterem juros e dividendos ao exterior.
Após a fala de Powell, o dólar passou a cair ante moedas fortes e se enfraqueceu em alguns emergentes. No fechamento doméstico, o dólar à vista encerrou em alta de 0,34%, cotado em R$ 5,1062.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por Paula Dias e Altamiro Silva Junior
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