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Covid: alta de casos após Ação de Graças nos EUA expõe risco de festas no Brasil

(Foto: Shutterstock)

Os Estados Unidos têm batido recordes de infecções e mortes pela covid-19, semanas após o feriado de Ação de Graças, em que milhões de americanos se deslocaram pelo País e fizeram encontros familiares. De 3 a 10 de dezembro, foram registrados um total de 1,4 milhão de novos casos e 15.966 óbitos. Especialistas alertam para o risco de o Brasil, que já assiste a uma nova piora da pandemia, repetir esse cenário de explosão de doentes após as festas de Natal e ano-novo.

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O número médio de mortes por dia nesta semana ficou acima de 2 mil, ultrapassando a maior média que havia sido notificada. Mais de 109 mil pessoas estão atualmente hospitalizadas com covid-19 nos EUA. As hospitalizações pela covid nos EUA também registram recorde nacional na sexta-feira, 11, pelo quarto dia consecutivo, chegando a 68.516, conforme o Covid Tracking Project. O número mais que dobrou em cinco semanas.

Segundo relatório de mobilidade do Google, em 26 de novembro, data do feriado, houve aumento de 23% no deslocamento entre residências americanas, em comparação ao valor de referência utilizado (de 6 de janeiro a 3 de fevereiro de 2020). Durante o fim de semana de Ação de Graças, a Administração de Segurança do Transporte (TSA – sigla em inglês) rastreou 1,18 milhão de passageiros de companhias aéreas no domingo, o maior desde meados de março.

Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas americano, previu a alta de hospitalizações logo no dia seguinte ao feriado, em função dos deslocamentos. E ele alertou sobre os próximos feriados e disse “que pela primeira vez em 30 anos não vai passar o Natal com as filhas”, para evitar chance de contágio.

Na semana passada, circulou nas redes sociais de Rebecca Karb, de um hospital de Rhode Island. “Na noite passada, uma dos (muitos) pacientes com a covid-19 me contou que teve um grande jantar de Ações de Graças com a família – 22 pessoas. No dia seguinte, um parente testou positivo. Desde então (segundo a paciente), TODOS desenvolveram sintomas, alguns deles severos”, escreveu.

Para o pesquisador do Centro de Pesquisa Clínica e Epidemiológica do Hospital Universitário da USP, Marcio Bittencourt, o que se vê nos EUA é apenas o início do pico do Dia de Ação e Graças, começando após duas semanas, “mas os valores mais intensos devem se dar por volta de quatro semanas”.

Ele ainda diz que “para nós a consequência mais intensa de possíveis grandes reuniões devido ao Natal e Ano Novo deve chegar no final de janeiro ou mesmo no início de fevereiro”. Os reflexos vistos nos EUA, afirma, “devem ocorrer de forma parecida aqui no Brasil”.

O diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) braço da OMS para as Américas, Marcos Espinal, recomendou que a população evite deslocamentos. “Quem puder evitar de viajar nos feriados, que o faça. É muito melhor viver vários outros feriados do que ter problema neste”, alertou.

Questionado sobre o uma possível segunda onda nos países das Américas, Espinal citou o Brasil como exemplo em que os números estão crescendo nas últimas semanas: “Como vimos na Europa, em que países passam por uma segunda onda, também estamos vendo em países das América Latina um aumento de casos, sinais de uma segunda onda. Entre eles o Brasil, que já está reportando mais de 50 mil casos, quando há um mês reportava em torno de 20 mil. Não se deve baixar a guarda. A população tem de fazer a sua parte”, afirmou. (Com agências internacionais).

Por Luiz Carlos Pavão

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