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Pix não destruiu mercado de cartões em outros países, diz Mastercard

O presidente da Mastercard Brasil e Cone Sul, João Pedro Paro Neto, não vê o Pix, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, como uma ameaça de destruição do setor de cartões. “Em nenhum lugar do mundo, o Pix destruiu o mercado de cartões. Não acredito em nada que destrua. Se complementa”, disse, em conversa virtual com a imprensa nesta terça-feira, 8.

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Ele citou, por exemplo, o dinheiro, que não deixou de ser usado a despeito das novas tecnologias de pagamento. “Vem se complementando ao longo do tempo”, acrescentou, dizendo que o mercado chinês é “algo particular”, com estruturas fechadas de pagamentos.

Paro Neto também chamou atenção para a importância das fraudes nas transações com Pix. “É fundamental ter proteção de fraude em pagamentos”, destacou.

WhatsApp e Facebook

Paro Neto não vê mais chances de o Banco Central autorizar a retomada da solução de pagamentos por meio do aplicativo WhatsApp, do Facebook, neste ano. Sua expectativa, contudo, é de que a autorização venha no primeiro trimestre de 2021.

“Eu não acredito. É um sonho muito inatingível. Mas no começo do ano que vem, eu tenho absoluta certeza que sim. Este ano, não dá tempo”, explicou o executivo.

Ele lembrou que no fim do ano o setor evita adotar novas tecnologias – principalmente complexas – por conta do período de aumento das transações com as festas de fim de ano e gastos da época. “Esse ano é impossível, mas no começo do ano com absoluta certeza”, reforçou, mencionando depois que trabalha com um cronograma de aprovação para o primeiro trimestre de 2021.

A ferramenta de pagamentos do WhatsApp está suspensa pelo BC há mais de cinco meses. Loco após o seu lançamento, o regulador decidiu bloqueá-lo sob a justificativa de rever questões de competição e privacidade de dados. No Brasil, o WhatsApp se uniu a nomes como Mastercard e Visa, além do Banco do Brasil, Cielo, Nubank e outros para lançar uma solução de pagamentos.

Desde o bloqueio, líderes do WhatsApp e dos parceiros do aplicativo têm tido reuniões frequentes com representantes do BC em uma tentativa de esclarecer as dúvidas do órgão regulador e retomar a ferramenta. “Temos tido reuniões semanais com o BC sobre o WhatsApp. Pelas últimas conversas, o que percebemos é que está chegando ao fim de dúvidas. Estamos muito mais perto de começar de volta”, disse Paro Neto.

Por Aline Bronzati e André Ítalo Rocha

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Estadão Conteúdo

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