Mercados

Juros abrem em baixa após PIB fraco e mesmo com dólar futuro em leve alta

Mesmo depois do tombo de ontem, os juros futuros abriram em queda nesta quinta-feira de leilão regular do Tesouro Nacional, numa primeira reação ao Produto Interno Bruto (PIB) mais fraco que o esperado para o terceiro trimestre. O dólar futuro em leve alta perto das 9h08 limita a queda. A economia brasileira cresceu 7,7% no período ante o trimestre anterior, perto do piso das estimativas do mercado financeiro. Pela mediana calculada pelo Projeções Broadcast a partir de 47 previsões, o PIB deveria ter crescido 8,8%.

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O DI para janeiro de 2022 caía a 3,03% ante 3,074% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2023 recuava a 4,59% ante 4,64% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2025 recuava a 6,35% ante 6,39% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2027 caía a 7,18% ante 7,23% no ajuste de ontem.

Ainda que o resultado do leilão extraordinário e em dólares do Tesouro ontem tenha saído com o mercado de juros ainda em negociação, o sucesso do certame, que teve uma demanda mais de três vezes a oferta, segue com alguma repercussão nas mesas.

O Tesouro captou US$ 2,5 bilhões mas teve demanda para US$ 8,5 bilhões, o que fez as taxas fecharem perto de 20 pontos-base. Na ponta longa, caíram pouco mais do que isso, diante do fato de o leilão em moeda estrangeira ter colocado os títulos de 30 anos com o menor rendimento da história. Desde a última sessão em que as taxas encerraram em alta, o recuo dos rendimentos chega a 60 pontos-base em vencimentos longos como o de janeiro de 2027.

Do exterior, a influência é negativa com vários indicadores na Europa, por exemplo, instigando cautela do investidor. A maioria dos índices futuros de Nova York e os juros dos Treasuries recuam na manhã desta quinta-feira, realizando lucros da sessão de ontem e à espera de novas notícias sobre o pacote fiscal americano e o desenvolvimento de vacinas contra a covid-19.

Em entrevista ao The New York Times, o presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que sua prioridade é aprovar um novo pacote fiscal para atenuar os efeitos do coronavírus. Segundo ele, um de seus objetivos será garantir que todo mundo pague “a parcela justa” de impostos, o que inclui elevar a carga tributária para os mais ricos.

Por aqui, um destaque é a liberação fiscal do TCU. Em entrevista ao Broadcast/Estadão, o ministro Bruno Dantas, eleito vice-presidente do TCU, negou que tenha aberto brechas no teto de gastos na decisão que trata do pagamento de despesas do Orçamento deste ano em 2021. O assunto pode continuar incomodando o mercado. O tribunal aprovou ontem uma flexibilização temporária nas regras fiscais.

Por Karla Spotorno

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Estadão Conteúdo

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