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Com base fraca, alta no PIB do 3º tri ante 2º tri é a maior da série, desde 1996

O crescimento de 7,7% no Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre ante o segundo foi o maior avanço já registrado na série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciada em 1996. O crescimento recorde já era esperado, diante da fraca base de comparação, e se repetiu em vários componentes do PIB, embora de forma heterogênea.

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Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, pelo lado da oferta, houve recordes no PIB da indústria (14,8%) e de serviços (6,3%). Um destaque foi a indústria de transformação, com a alta recorde de 23,7%. O mesmo ocorreu com o comércio, que avançou 15,9% ante o segundo trimestre.

A heterogeneidade aparece no lado da demanda. A alta de 7,6% no consumo das famílias foi a maior da série iniciada em 1996. Já o salto de 11,0% na formação bruta de capital fixo (FBCF) não superou o avanço de 11,1% verificado no terceiro trimestre de 2009, quando a economia estava em plena recuperação após a recessão causada pela crise financeira internacional de 2008.

Há também desempenhos díspares quando se olha para a comparação de um trimestre contra igual período do ano anterior. A queda de 3,9% no agregado do PIB ante o terceiro trimestre de 2019 não superou as taxas de baixa vistas em meio à recessão de 2014 a 2016. Só que o tombo de 4,8% no PIB de serviços, nessa base de comparação, representa a segunda maior queda da série histórica, superada apenas pelos 10,2% do segundo trimestre ante o segundo trimestre de 2019.

Ainda nessa base de comparação, o tombo de 25,0% nas importações sobre o segundo trimestre de 2019 foi o maior da série. No passado, houve quedas expressivas durante a recessão de 2014 a 2016, até superiores aos 14,6% do segundo trimestre deste ano, já com a pandemia.

Segundo Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, tamanha queda se explica pela combinação da alta do dólar (na comparação das cotações médias do terceiro trimestre com um ano antes), queda na demanda interna por causa da pandemia e recuo nas importações de serviços, já que turismo e viagens seguiram afetados pela covid-19.

Por Daniela Amorim, Mariana Durão e Vinicius Neder

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Estadão Conteúdo

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