Mercados

Dólar recua com exterior, mas IPCA-15 forte e cautela fiscal limitam

O dólar recua no mercado doméstico, acompanhando a tendência no exterior em meio ao persistente apetite por ativos de risco e também com investidores à espera do leilão de linha de US$ 1,260 bilhão para rolagem do vencimento de 2 de dezembro (10h15).

Tudo que você precisa saber sobre o mercado, todos os dias, em seu e-mail

O IPCA-15 subiu 0,81% em novembro ante outubro e +4,22 em 12 meses, ficando acima da mediana do mercado para o período anual (4,12%) e do centro da meta de inflação deste ano (4%), o que apoia alta dos juros futuros de curto prazo – movimento monitorado por agentes de câmbio dada a preocupação recente no mercado com o repique da inflação no País. O indicador em novembro é ainda o maior para o mês desde 2015 (0,85%).

Mais cedo, a Fundação Getulio Vargas (FGV) informou que o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) também ganhou tração em todas as capitais pesquisadas na terceira quadrissemana de novembro. A inflação do índice cheio acelerou de 0,62% para 0,77% no período. Agora, os consumidores esperam inflação de 4,8% em 12 meses a partir de novembro (4,7% em outubro).

Esses dados de inflação recolocam as atenções sobre o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que tem reafirmado que o aumento da inflação é temporário. Campos Neto reúne-se hoje com dirigentes de bancos e, apesar do encontro virtual ser fechado à imprensa, é possível que informações de bastidores sejam divulgadas.

No exterior, após ter subido ontem, o dólar recua ante pares principais e também cai majoritariamente frente divisas emergentes e ligadas a commodities nesta manhã.

Os catalisadores do persistente apetite por ativos de risco ainda são as notícias de possíveis vacinas comerciais contra a covid-19 ainda este ano, os sinais de transição pacífica de governo nos EUA e a possibilidade de Janet Yellen vir a ser confirmada pelo presidente eleito Joe Biden para assumir o Tesouro americano.

A ex-presidente do Federal Reserve defende mais estímulos à economia em todas as frentes, o que deve elevar o déficit fiscal americano, de acordo com analistas financeiros.

Às 9h48, o dólar à vista caía 0,35%, a R$ 5,4141, enquanto o dólar futuro para dezembro recuava 0,50%, a R$ 5,4140.

Por Silvana Rocha

Siga o Mercado News no Twitter e no Facebook e assine nossa newsletter para receber notícias diariamente clicando aqui.

Estadão Conteúdo

Recent Posts

Câmara de SP aprova e Nunes sanciona projeto que viabiliza privatização da Sabesp

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou nesta quinta-feira, 2, o projeto de lei que…

5 horas ago

Tragédia de Mariana: União e Estados devem rejeitar acordo de R$ 127 bi de Vale e sócios

A proposta feita pelas mineradoras Vale e BHP Billinton, sócias da Samarco, responsável pelo desastre…

5 horas ago

Gerdau: Produção de aço na América do Norte soma 1,152 mi/ton no primeiro trimestre de 2024, recuo anual de 2,8%

A produção de aço bruto da Gerdau na divisão da América do Norte somou 1,152…

6 horas ago

Produção de aço bruto da Gerdau soma 3,09 mi de toneladas no primeiro trimestre 2024, avanço de 3,4% ante mesmo trimestre do ano passado

A produção total de aço bruto da Gerdau somou 3,090 milhões de toneladas no primeiro…

6 horas ago

Gerdau registra lucro líquido de R$ 1,245 bi no primeiro trimestre de 2024, queda de 47,9% no mesmo período de 2023

A Gerdau registrou lucro líquido de R$ 1,245 bilhão no primeiro trimestre de 2024, queda…

7 horas ago

Moody’s: Petrobras enfrenta maior risco de crédito se governo usá-la para cobrir déficit fiscal

A Moody's alertou que a Petrobras pode enfrentar maiores riscos de crédito se o governo…

7 horas ago