Os juros fecharam perto da estabilidade, com viés de alta, após percorrerem a manhã com recuo firme. O mercado reagiu positivamente ao anúncio das condições do leilão do Tesouro, que trouxe oferta global menor de papéis, mas conseguindo bom resultado para os títulos de longo prazo. Passada a operação, as taxas se acomodaram perto dos ajustes anteriores, mas preservando um leve sinal de queda que se apagou nos ajustes finais da sessão regular. Os recuos do dólar e dos juros dos Treasuries e a decisão da Fitch de manter a nota do Brasil em BB- também foram citados como fatores que ajudaram a ancorar a curva, a despeito da falta de avanço das reformas no Congresso.
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A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou a etapa regular e a estendida em 3,29%, de 3,285% ontem no ajuste. A do DI para janeiro de 2023 passou de 4,956% no ajuste para 4,98% na regular e 5,00% na estendida, e a do DI para janeiro de 2025 fechou em 6,80% (regular e estendida), de 6,795% ontem no ajuste. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 7,60% (regular e estendida), de 7,594%.
Ontem, no período da tarde, o mercado se movimentou na expectativa de um leilão mais pesado do Tesouro. No entanto, a oferta de LTN foi de 12 milhões, menos da metade dos 31 milhões da semana passada. Mas a encontrou demanda para quase dobrar o lote de NTN-F, que são os prefixados mais longos, de 1,8 milhão para 3 milhões. Ambas as ofertas hoje foram vendidas integralmente. Segundo a Renascença, o DV01 (risco do leilão), que na semana passada era de R$ 5,16 milhões caiu para R$ 3,46 milhões, o que ajudou a tranquilizar o mercado.
Os consecutivos aumentos nos lotes de NTN-F chamam a atenção neste momento em que o fluxo de recursos estrangeiros tem pressionado o dólar para baixo, uma vez que estes são papéis preferidos dos não-residentes. Paulo Nepomuceno, operador de renda fixa da Terra Investimentos, diz que a leitura da venda integral da oferta das NTN-F no leilão desta quinta-feira é positiva, mostrando “interesse de gringos” mesmo com todos os problemas fiscais do País.
Com a segunda onda de covid se espalhando pelo mundo, cresce a expectativa de um período prolongado de juros globais mais baixos, o que pode estar atraindo recursos para a renda fixa brasileira, que tem a curva ainda bastante inclinada e com prêmios atrativos. Hoje o Banco Central da Indonésia surpreendeu ao cortar os juros para 3,75%, na contramão da Turquia, onde a autoridade monetária elevou a taxa. “Mas ali foi por motivos bastante localizados”, disse um gestor. A África do Sul também teve reunião de política monetária e a taxa foi mantida em 3,50%.
Na curva americana, o dia foi de queda no rendimento dos yields, provocada pela busca de segurança dos Treasuries, em meio às preocupações com a covid e o impacto na economia global. “Mas acho que isso não se sustenta na medida em que as vacinas forem avançando”, disse o gestor citado acima.
Por Denise Abarca
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