O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro avançou 1,1% em setembro ante agosto, segundo o Monitor do PIB, apurado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). No terceiro trimestre, a atividade econômica cresceu 7,5% em relação ao segundo trimestre deste ano. Na comparação com setembro de 2019, a economia teve redução de 2,3% em setembro de 2020. Em relação ao terceiro trimestre de 2019, o PIB encolheu 4,4% no terceiro trimestre deste ano.
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“O forte crescimento de 7,5% da economia brasileira no terceiro trimestre, reverte, em parte, a forte retração de 9,7% registrada no segundo trimestre deste ano, em função da chegada da pandemia de covid-19 ao Brasil, a partir de março. No entanto, este crescimento não é suficiente para recuperar o nível de atividade econômica que ainda se encontra 5,0% abaixo do observado no quarto trimestre do ano passado”, avaliou Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB-FGV, em nota oficial.
O Monitor do PIB antecipa a tendência do principal índice da economia a partir das mesmas fontes de dados e metodologia empregadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo cálculo oficial das Contas Nacionais.
A FGV chama atenção que, diante da divulgação recente pelo IBGE de que o PIB cresceu 1,8% no ano de 2018, o Monitor do PIB estima que a taxa de crescimento de 2019 será revisada de uma alta de 1,1% para 1,6% na próxima divulgação das Contas Nacionais Trimestrais, prevista para o próximo dia 3 de dezembro.
Na passagem do segundo trimestre de 2020 para o terceiro trimestre, todas as atividades sob a ótica da oferta apresentaram crescimento, impulsionadas pela base de comparação depreciada, uma vez que o resultado do segundo trimestre foi negativo para grande parte dos setores em decorrência da crise provocada pela pandemia de covid-19. A exceção foi a agropecuária (-0,3%), por não ter sido impactada diretamente pela pandemia.
O PIB da indústria cresceu 13,4% no terceiro trimestre ante o segundo trimestre, com desempenhos positivos em todos os componentes. A indústria de transformação teve um salto de 22,1% no período, depois do recuo de 18,2% registrado no trimestre anterior.
Já os serviços avançaram 5,5%, também com crescimentos em todos os setores. O destaque foi a alta de 17,4% no comércio no terceiro trimestre, sucedendo a perda de 13,0% verificada no segundo trimestre.
Pela ótica da demanda, houve retrações tanto nas exportações (-0,6%) quanto nas importações (-8,8%). Já o consumo das famílias cresceu 9,9% no terceiro trimestre ante o segundo trimestre, enquanto o consumo do governo aumentou apenas 0,5%. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB) teve uma elevação de 16,5% no terceiro trimestre, após a queda de 16,7% registrada no segundo trimestre.
“Apesar da recuperação disseminada entre as atividades econômicas, nota-se que o setor de serviços ainda apresenta grande resistência à recuperação com grande influência das atividades de administração pública e de outros serviços. Mesmo com a flexibilização das medidas de isolamento e pequena melhora marginal dos setores de alojamento, alimentação, serviços prestados às famílias, educação e saúde, o crescimento observado ainda é muito pouco em comparação à deterioração, causada pela pandemia, observada nestes segmentos. A elevada incerteza quanto ao futuro da pandemia tem inibido a recuperação mais robusta do setor de serviços, que é a atividade mais relevante da economia brasileira”, ponderou Claudio Considera.
Em termos monetários, o PIB alcançou aproximadamente R$ 5,6 trilhões de janeiro a setembro, em valores correntes. A taxa de investimento no terceiro trimestre de 2020 foi de 16,4% na série a valores correntes.
Por Daniela Amorim
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