A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, manifestou preocupação em discurso ao Parlamento Europeu com o aumento de casos de covid-19 pelo mundo e seus efeitos sobre a atividade econômica. Ela reforçou que a instituição permanecerá dando apoio à recuperação da região.
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“Embora as últimas notícias sobre a vacina pareçam encorajadoras, o recente aumento nos casos de coronavírus e a reimposição associada de uma série de medidas de contenção estão aumentando o nível já elevado de incerteza e representam um sério desafio para a zona do euro e a economia global”, afirmou nesta quinta-feira, 19.
Neste contexto, destacou a dirigente, os indicadores de alta frequência mostram que zona do euro perdeu dinamismo no quatro trimestre, à medida que o ressurgimento da covid-19 pesa sobre a atividade, em especial pelo setor de serviços.
“De um modo geral, espera-se que a economia da zona do euro seja gravemente afetada pelas consequências do rápido aumento das infecções e do restabelecimento das medidas de contenção, o que representa um claro risco descendente para as perspectivas econômicas de curto prazo”, disse Lagarde.
A presidente do BCE reforçou ainda que a fraqueza da atividade econômica também se reflete na evolução da inflação. “A fraca demanda, especialmente nos setores relacionados a turismo e viagens, e uma folga significativa nos mercados de trabalho e de produção estão aumentando a pressão para baixo. Nesse ambiente, esperamos que a inflação global deva permanecer em território negativo até o início de 2021”, comentou.
Christine Lagarde se somou ao coro dos principais formuladores de política monetária no mundo para cobrar mais respostas fiscais à crise causada pela covid-19. Segundo ela, é mais importante do que nunca que as duas frentes (fiscal e monetária) trabalhem juntas. “A demanda fraca e o risco elevado justificam apoio contínuo da política fiscal”, afirmou. Lagarde ressaltou ainda a necessidade de o fundo comum da União Europeia Next Generation seja operacionalizada sem demora.
Ferramentas de ajuste
A presidente do BCE também destacou ao Parlamento Europeu nesta quinta que as medidas monetárias tomadas pela instituição no âmbito da crise têm sido bem sucedidas e que, por isso, seguirão sendo as principais ferramentas de apoio.
“Embora todas as opções estejam sobre a mesa, Programa de Compras de Emergência na Pandemia (PEPP) e nossas Operações de Refinanciamento de Prazo Mais Longo Direcionadas (TLTROs) têm provado sua eficácia no ambiente atual e podem ser ajustados dinamicamente para reagir a como a pandemia evolui. Portanto, é provável que continuem sendo as principais ferramentas de ajuste de nossa política monetária”, afirmou Lagarde.
Por Mateus Fagundes
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