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Bolsa reage e fecha em alta, aos 106.669 pontos

(Foto: Espaço B3/Divulgação)

O ajuste negativo nas ações do setor elétrico e a cautela externa contribuíam para segurar o Ibovespa pelo segundo dia, ainda acima da máxima do ciclo de recuperação, de 105,7 mil pontos, que prevalecia até o fim de julho, marca superada na última segunda-feira, 16, após ter sido igualada no intradia da terça anterior, dia 10.

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Hoje, o índice da B3 variou entre mínima de 105.545,37 e máxima de 106.972,88, para fechar em alta de 0,52%, aos 106.669,90 pontos, com giro financeiro ainda alto, embora um pouco mais próximo à normalidade, a R$ 30,2 bilhões nesta sessão. A mudança de sinal em Nova York, em direção única no final da tarde, contribuiu para que o Ibovespa se firmasse acima dos 106 mil pontos pela quarta sessão consecutiva. Na semana, o índice avança 1,86% e, no mês, 13,54% – as perdas do ano estão limitadas agora a 7,76%.

O quadro de fundo permanece dividido entre os resultados promissores na reta final de desenvolvimento de vacinas e os sinais de recrudescimento da pandemia, inclusive no Brasil. Por aqui, o afastamento da diretoria da Aneel e do Operador Nacional do Sistema (ONS), determinado por um juiz em razão do apagão no Amapá, pressionou as ações do segmento, em dia positivo para commodities, siderurgia e, ao final, também para bancos. No encerramento, o ajuste negativo nas elétricas se mostrou bem moderado, chegando a 1,04% para Eletrobras ON.

“Os bancos centrais vão permanecer ativos nos próximos meses, sendo que o Fed e o BCE deverão adicionar mais estímulos em dezembro, o que pode contribuir para um final de ano forte para os mercados de ações. A desvantagem óbvia é o risco de o inverno (no hemisfério norte) ser muito mais devastador do que o previsto, pelo lado da Covid”, aponta em nota o analista de mercado sênior da OANDA na Europa, Craig Erlam. Ele chama atenção para reação “decrescente” dos mercados aos mais recentes anúncios referentes a vacinas, nesta semana, como o da Moderna e a “atualização da Oxford nesta manhã”.

Apesar das incertezas que ainda prevalecem no cenário, grandes instituições financeiras internacionais têm apontado os mercados emergentes entre os maiores beneficiários da recuperação que se espera para o próximo ano, especialmente pela retomada dos preços de commodities agrícolas, metálicas e do petróleo segundo o Morgan Stanley, que prevê o Ibovespa a 120 mil pontos em 2021.

No quadro doméstico, o aumento das internações hospitalares em diversos estados neste mês de novembro recoloca o temor de que, a exemplo do observado na Europa e em certas partes dos EUA, as iniciativas de distanciamento social tenham que voltar a ser adotadas no Brasil para conter a progressão do coronavírus. Hoje o secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, negou que o Estado esteja a caminho de um novo lockdown. Por outro lado, o governo estadual publicará decreto que proíbe em todos os hospitais paulistas – públicos, filantrópicos e privados – a desmobilização de leitos para o atendimento a pacientes de Covid-19 – um sinal de que a doença ainda preocupa.

“Ainda que a pandemia esteja por aí, a Covid começa a ficar para trás com a proximidade das vacinas. Houve uma euforia desde a eleição do Biden, com forte entrada de estrangeiros na B3, e dólar mais fraco. A recuperação veio mais intensa, antes do que se previa, o que leva parte do mercado a ver o Ibovespa a 120 mil pontos já em 2020”, diz Marcel Zambello, analista da Necton Investimentos.

Na B3, a série invicta de aportes estrangeiros em novembro prosseguiu na terça-feira, 17, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira. Anteontem, os estrangeiros ingressaram com R$ 2,101 bilhões no mercado à vista. Foi a quinta sessão deste mês com aporte estrangeiro acima de R$ 2 bilhões: em termos líquidos, a entrada chega a R$ 24,761 bilhões em novembro, o maior nível da série iniciada em 1995. No ano, os estrangeiros retiraram R$ 60,125 bilhões, mas até o final de outubro o saldo estava negativo em R$ 84,887 bilhões.

Nesta quinta-feira, ainda entre as ações bem atrasadas no ano, Petrobras e bancos tiveram desempenho positivo, com as ações PN e ON da petrolífera mostrando ganhos no fechamento de 1,15% e 0,91%, respectivamente, enquanto os papéis das grandes instituições financeiras, após terem operado sem direção única, encerraram com leves ganhos, de até 0,99% (BB ON).

Destaque para Vale ON (+1,91%, na máxima do dia no fechamento) e, na siderurgia, para CSN (+3,41%, também no pico ao fechar). Na ponta do Ibovespa, PetroRio teve alta de 29,24% com a surpreendente compra de dois campos no pré-sal – bem à frente de Gol (+4,92%) e Azul (+4,02%) no fechamento. No lado oposto, Cogna caiu 2,92%, Marfrig, 2,50%, e BRF, 2,49%.

Por Luís Eduardo Leal e Felipe Laurence

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