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Campos Neto diz não acreditar que movimento do PIX vá atrapalhar grandes bancos

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quarta-feira, 18, a avaliação de que o PIX – sistema de pagamentos instantâneos do BC – não irá prejudicar os grandes bancos. “O PIX não tira receita dos bancos. Na verdade ele vai gerar novos modelos de negócios”, afirmou, no evento virtual Treasury – Inovar: a transformação do amanhã, organizado pelo Itaú BBA. “O futuro tende a ser os bancos terem uma fatia menor, mas de uma torta muito maior”, acrescentou.

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Campos Neto destacou a importância do uso das chaves de acesso no PIX para que as operações possam ser concluídas com mais facilidade.

O presidente do BC repetiu também que o PIX é o primeiro passo de um de projeto amplo de tecnologia planejado pela autoridade monetária. “O papel moeda vai ficar cada vez mais questionado sob o ponto de vista de eficiência. Teremos novos modelos de pequenos negócios, com tíquete baixo”, afirmou.

Segundo Campos Neto, havia demanda por um sistema de pagamentos e transferências seguro, eficiente e de baixo custo.

Para o presidente do BC, a grande quantidade de instituições habilitadas para o PIX mostra que a tendência é de aumento da competição no sistema financeiro.

Ele repetiu que o BC estuda novas funcionalidades para o PIX no futuro. “É muito importante o tema do cashback. Mas nós mesmos não sabemos quais serão as funcionalidades do PIX no futuro”, reiterou.

Corrida ao PIX

O presidente do Banco Central avaliou que mais importante que a corrida pela quantidade de chaves no PIX será a corrida pela melhor experiência do usuário na plataforma de pagamentos instantâneos do BC. “O banco que vai sair na frente no PIX é aquele que fará um aplicativo que possibilitará uma operação tão simples como uma ligação telefônica”, afirmou. “Temos que estimular as startups e as fintechs. Os bancos grandes não perderão espaço, mas terão que se moldar ao novo cenário”, completou.

Campos Neto repetiu que se o PIX possibilitar a digitalização de grande parte dos brasileiros, poderá ser também um canal importante para os serviços do governo.

Mais uma vez, o presidente do BC avaliou que o processo de digitalização de ativos – com “blockchain e tokenização” – é uma tendência, mas ainda está atrasado no Brasil. “Em algum momento o BC terá que olhar para isso e ver o que pode ser feito”, concluiu.

Por Eduardo Rodrigues e Fabrício de Castro

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Estadão Conteúdo

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