Mercados

Juros fecham em baixa com Guedes em dia favorável a ativos emergentes

A sexta-feira 13 foi de queda para os juros futuros. O alívio de prêmios foi conduzido pelo bom humor no exterior, principalmente via câmbio, e também pelas declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, em defesa da austeridade fiscal e do teto de gastos. As mínimas foram atingidas à tarde, justamente quando o dólar voltou a cair ante o real, alinhado ao aumento do apetite pelo risco lá fora.

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A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou a sessão regular e a estendida em 3,34%, de 3,385% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2023 caiu de 4,986% para 4,94% na regular e 4,92% na estendida. A taxa do DI para janeiro de 2025 fechou a regular a 6,70% e estendida em 6,68%, de 6,755% ontem. O DI para janeiro de 2027 fechou com taxas de 7,46% (regular) e 7,43% (estendida), de 7,564% ontem.

As taxas começaram o dia sem trajetória muito definida, mas um viés de queda foi se fortalecendo ainda pela manhã na medida em que o ministro discursava no 39º Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex). “O discurso agradou e desarmou a pressão de ontem. Ele atuou como bombeiro”, disse o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Camargo Rosa. O mercado vinha bastante estressado nos últimos dias em função do risco de extensão do auxílio-emergencial para 2021, admitido ontem pelo próprio ministro em caso de uma segunda onda de Covid no Brasil.

Hoje, ele voltou a afirmar que o auxílio termina em 31 de dezembro e que a partir desta data, os gastos sociais do governo vão aterrissar no Bolsa Família. Sobre a criação de um novo programa de renda, Guedes disse que não haverá populismo e que ele não será criado se não tiver responsabilidade fiscal. “Vamos travar despesas, pagar pela crise. Não vamos deixar dívidas para nossos filhos e netos”, disse. Guedes ainda exaltou o ritmo de melhora da economia, de criação de empregos e disse que o Brasil está saindo da recessão. Tudo o que o mercado gosta de ouvir.

Para o diretor de Gestão de Renda Fixa e Multimercados da Quantitas Asset, Rogério Braga, o ministro não disse “nada de novo”, mas esse tipo de declaração num governo que é cheio de ruídos é importante. “O mercado vê que o ministro está firme, esperançoso. É necessário mesmo que ele faça essa renovação de votos”, comparou.

Analistas afirmam ainda que Fabio Kanczuk, diretor de Política Econômica do Banco Central, em reunião com representantes de várias instituições financeiras nesta manhã, reforçou a mensagem dos documentos do BC em relação ao forward guidance, que indica manutenção da Selic nos atuais 2% por um longo período.

No exterior, os mercados operaram no modo “risk on”, resultando em valorização para boa parte da moedas emergentes. De acordo com um gestor, porém, o câmbio local estava “esquisito” pela manhã. “Todas as moedas ganhando contra o dólar e o real apanhava 1%, mas acabou não pegando tanto no juro longo nem na Bolsa. Mas quanto o dólar devolveu à tarde, os juros também andaram”, disse.

Contato: denise.abarca@estadao.com

Por Denise Abarca

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Estadão Conteúdo

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