Mercados

Bolsas da Europa pausam onda de apetite por risco e caem, com temor por covid-19

As bolsas da Europa operam em baixa nesta quinta-feira, interrompendo a onda de apetite por risco em meio à esperança de uma vacina contra a covid-19. A preocupação com os impactos da segunda onda pandêmica volta a pautar os investidores e condiciona os mercados para o vermelho, em linha com Wall Street, com índices futuros em queda – exceto Nasdaq. No centro das atenções, dados econômicos da região – e o impacto à frente, além das sinalizações de membros do Banco Central da Europa (BCE), incluindo a presidente da autoridade, Christine Lagarde.

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Às 7h50 (de Brasília), o Stoxx-600, que representa 90% das ações europeias, tinha queda de 0,20%, aos 387,78 pontos. O movimento ocorre após o índice atingir o maior patamar desde o fim de fevereiro, antes de mergulhar em uma trajetória de queda – e volatilidade – por conta da pandemia.

O rali de alta foi impulsionado por notícias favoráveis em torno de uma vacina para a covid-19, após a Pfizer e a BioNTech anunciarem que o imunizante, desenvolvido por ambas, tinha eficácia acima dos 90%. Agora, a realidade parece voltar aos mercados, com os investidores paralisando o ímpeto comprador.

Dados econômicos da economia europeia ajudam a elevar a tensão – embora o mercado e também autoridades vejam menos perigo na segunda onda em relação à primeira. A produção industrial da zona do euro caiu 0,4% em setembro ante agosto, segundo a agência oficial de estatísticas da União Europeia, a Eurostat, frustrando analistas, que previam alta de 0,8%.

A queda, na visão da britânica Capital Economics, reflete a reversão de efeitos temporários na Itália e não tem relação com a segunda onda. Portanto, não foi uma piora repentina nas condições do bloco até mesmo porque a produção industrial, que vem impulsionando a retomada por lá, cresceu na Alemanha, França e Espanha.

Do outro lado do Canal da Mancha, o Reino Unido informou que o seu Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 15,5% no terceiro trimestre ante o segundo, de acordo com dados preliminares do Escritório Nacional de Estatísticas (ONS, na sigla em inglês) do país. Já a produção industrial britânica cresceu 0,5% em setembro ante agosto.

O ritmo de retomada do Reino Unido está, conforme os economistas Jacob Nell e Bruna Skarica, do JPMorgan, atrás do visto nos Estados Unidos e na Europa. “Com o bloqueio de novembro, esperamos que o PIB do quatro trimestre contraia novamente”, dizem, mencionando uma queda de 3% no comparativo trimestral.

Já na Alemanha foi divulgado o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), que subiu 0,1% em outubro ante setembro, segundo a agência de estatísticas alemã, a Destatis.

Além da leva de dados econômicos, os investidores seguem atentos aos sinais dos Bancos Centrais. A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, e o presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Andrew Bailey, falam hoje, às 13h45, em evento do BCE.

Ontem, a chefe do órgão europeu deu mais sinais ao mercado do que esperar para dezembro, quando novos incentivos são aguardados. Segundo Lagarde, “o principal desafio para os formuladores de políticas será preencher a lacuna até que a vacinação esteja bem avançada e a recuperação possa construir seu próprio impulso”, cita o holandês Rabobank.

Também às 7h50 (de Brasília), em Londres, o índice FTSE 100 tinha queda de 0,29%, a bolsa de Frankfurt caía 0,48% e a de Paris recuava 0,62%. Em Milão, o FTSE MIB baixava 0,44%, enquanto Madri recuava 0,50% e Lisboa, a exceção, subia 0,34%.

Por Aline Bronzati

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Estadão Conteúdo

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