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Dólar tem dia volátil com entrada de recurso externo, mas fiscal limita melhora

O dólar teve a terceira sessão seguida marcada por forte volatilidade, mas após idas e vindas vem se estabilizando esta semana na casa dos R$ 5,40. O Brasil tem recebido fluxo importante de capital externo pelo canal financeiro, que somou US$ 1,255 bilhão só este mês, até o dia 6, de acordo com o Banco Central. É um movimento que foi descrito hoje pelo Morgan Stanley como o de investidores procurando tudo o que conseguem comprar de mercados emergentes após a definição da eleição americana e resultados positivos da vacina contra o coronavírus da Pfizer. Mas, após ajuste inicial, o real tem resistido a mostrar apreciação maior, por conta dos riscos fiscais do Brasil, relatam profissionais das mesas de câmbio.

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O dólar à vista, após altas e baixas ao longo do pregão, encerrou a quarta-feira com valorização de 0,43%, aos R$ 5,4164. No mercado futuro, o dólar com vencimento em dezembro fechou em baixa de 0,48%, em R$ 5,3940.

Após um período de escassez de recursos externos pelo canal financeiro, o Brasil voltou a receber aportes nos últimos dias. Em outubro, o fluxo mostrou saídas líquidas de US$ 560 milhões por esse canal, que no ano já superam US$ 50 bilhões. Mas com aportes na Bolsa, participação em ofertas de ações – como a da Aeris, fabricante de pás para aerogeradores de energia eólica – e captações externas – como a da CSN – este fluxo virou nos últimos dias.

Para os estrategistas do banco americano Morgan Stanley, com a forte liquidez externa e a redução da incerteza em dois fronts importantes – as eleições americanas e a vacina sobre o coronavírus -, o rali nos ativos de emergentes deve continuar até ao menos o primeiro trimestre de 2021, especialmente na América Latina. Na região, o banco está comprado, ou seja, apostando na valorização de uma cesta de moedas formada pelo real, peso mexicano e peso colombiano contra o euro e o dólar.

Mas até que saiam mais detalhes da agenda fiscal e o Orçamento do governo para 2021, o que não deve ocorrer este mês, por conta das eleições municipais, a tendência é de real mais depreciado e câmbio volátil. O estrategista-chefe da gestora TAG Investimentos, Dan Kawa, reafirma estar convicto de que o mercado “não mais dará o benefício da dúvida” ao País. Assim, na ausência de reformas, os ativos locais irão operar com mais prêmio e não terão capacidade de seguir as tendências mais positivas globais. Ontem no final da tarde, o presidente Jair Bolsonaro sinalizou que pode querer prorrogar o auxílio emergencial, o que ajudou o dólar para dezembro acelerar a alta. Hoje, devolveu um pouco dos ganhos.

Por Altamiro Silva Junior

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Estadão Conteúdo

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