O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) subiu 2,9 pontos na passagem de setembro para outubro, para 84,9 pontos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado representa o sexto avanço consecutivo, mas o ganho ainda é insuficiente para recuperar as perdas acumuladas entre fevereiro e abril, por causa da pandemia de covid-19. Em médias móveis trimestrais, o IAEmp avançou 6,3 pontos, para 80,6 pontos.
“Apesar da sexta alta seguida, a melhora tem sido mais tímida com o passar dos meses e o nível atual ainda se encontra consideravelmente abaixo do período pré-pandemia. A incerteza, que ainda se mantém elevada, e a proximidade do período final de ajuda do governo, parecem contribuir para uma maior cautela dos empresários”, diz a nota divulgada há pouco pela FGV.
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Já o Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) se manteve estável, com variação nula, em outubro ante setembro, aos 96,4 pontos. Foi o segundo mês seguido de estabilidade. “A estabilidade do indicador mostra que a percepção sobre o mercado de trabalho ainda é negativa e sugere piora na taxa de desemprego. O alto patamar também mostra que ainda existe uma longa caminhada para voltar ao nível anterior à pandemia”, diz a nota da FGV.
O ICD é um indicador com sinal semelhante ao da taxa de desemprego, ou seja, quanto maior o número, pior o resultado. Já o IAEmp sugere expectativa de geração de vagas adiante, quanto menor o patamar, menos satisfatório o resultado.
O ICD é construído a partir dos dados desagregados, em quatro classes de renda familiar, da pergunta da Sondagem do Consumidor que procura captar a percepção sobre a situação presente do mercado de trabalho. O IAEmp é formado por uma combinação de séries extraídas das Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor, todas apuradas pela FGV. O objetivo é antecipar os rumos do mercado de trabalho no País.
No IAEmp, quatro dos sete componentes avançaram em outubro. O destaque foi o indicador da Indústria de Situação Atual de Negócios, que subiu 18,5 pontos, para 139,1 pontos. Por outro lado, os indicadores de Serviços de Tendência de Negócios e de Emprego Previsto caíram 5,3 pontos e 4,8 pontos, respectivamente.
No ICD, houve queda para as famílias de maior poder aquisitivo, principalmente as com renda mensal entre R$ 4,8 e R$ 9,6 mil, cujo indicador de Emprego local atual (invertido) variou positivamente em 1,8 ponto na margem. Já para as famílias de menor poder aquisitivo, principalmente as com renda mensal até R$ 2,1 mil, o indicador de Emprego local atual (invertido) piorou 1,2 ponto na margem, segundo a FGV.
Por Vinicius Neder
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