A atividade industrial em setembro foi aquecida, elevando quase todos os indicadores do setor, ampliando o nível de utilização da capacidade instalada e aumentando as horas trabalhadas na produção. Segundo pesquisa Indicadores Industriais divulgada nesta sexta-feira, 6, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o faturamento real da indústria de transformação cresceu 5,2% em setembro na comparação com agosto (índice já dessazonalizado).
Esse é o quinto mês consecutivo em que o indicador registra crescimento. De acordo com os dados da pesquisa, o faturamento de setembro deste ano é o maior desde outubro de 2015 e supera o registrado em setembro de 2019 em 12,6%. Mas, ainda assim, destaca a CNI, no acumulado do ano até setembro, o valor está 1,9% abaixo do registrado no mesmo período de 2019. Essa retração deve-se à forte queda ocorrida no faturamento nos meses de março e abril.
A melhora também pode ser percebida no indicador que mede a Utilização da Capacidade Instalada (UCI), que já supera o patamar pré-pandemia. A UCI da indústria de transformação atingiu 79,4% em setembro, após ajuste sazonal. Esse porcentual é o maior desde abril de 2015, quando a UCI superou 80% pela última vez, atingindo 80,5%. A UCI de setembro deste ano supera ainda em 1,7 ponto porcentual o verificado em mesmo mês do ano passado.
As horas trabalhadas na produção praticamente retomaram ao patamar pré-pandemia. Em setembro, elas tiveram alta de 2,8% em relação a agosto, após ajuste sazonal. Esse é o quinto mês consecutivo de crescimento do indicador. Em relação a fevereiro, as horas trabalhadas na produção estão apenas 0,8% menores. A comparação do acumulado do ano até setembro de 2020 com igual período de 2019, no entanto, ainda registra queda de 7% nas horas trabalhadas.
O emprego também segue em recuperação, segundo a pesquisa, com alta de 0,5% em setembro frente a agosto. Esse é o segundo mês consecutivo de alta no emprego da indústria. Em agosto, o crescimento foi de 1,3%. Em relação a setembro de 2019, no entanto, o emprego apresenta queda de 1,7% e, no acumulado do ano (janeiro-setembro) ante igual período do ano passado, o recuo é de 2,6%.
O mês de setembro registrou ainda aumento da massa salarial. O indicador, dessazonalizado, teve alta de 0,3% no mês, após alta de 6,1% em agosto. Na comparação com mesmo mês de 2019, a massa salarial real da indústria de transformação ainda apresenta queda de 2,8%. Segundo a CNI, esse recuo reflete o fato de que parte da indústria segue adotando suspensão de contrato ou redução de jornada com redução salarial. No acumulado do ano, a queda é de 5,6% ante igual período do ano passado.
O rendimento médio real teve recuo em setembro de 0,5%, após uma alta de 4,6% em agosto. A pesquisa destaca que esse rendimento médio também é afetado pelos acordos de redução de jornada ou suspensão de contrato. Em relação a setembro de 2019, o indicador apresenta queda de 1,1% e, no acumulado do ano até setembro, queda de 3,1%.
Por Sandra Manfrini
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