O Brasil subiu três posições no ranking global de produção de petróleo e gás natural nos últimos dez anos, chegando a setembro deste ano entre os dez maiores produtores mundiais, informa a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em levantamento publicado nesta quinta-feira para comemorar os 10 anos do início da divulgação da produção nacional da commodity.
“Entre setembro de 2010 e setembro de 2020 ocorreram profundas transformações no ambiente de produção petrolífero no País, trazendo os holofotes da produção da bacia de Campos para o pré-sal da bacia de Santos”, observou a ANP no documento, ressaltando que na última década o pré-sal se tornou a fronteira protagonista da indústria offshore em águas profundas no mundo.
Segundo projeções do governo, nos próximos dez anos o Brasil deve chegar à quinta colocação no ranking mundial de produção de petróleo.
Em dez anos, a produção do pré-sal subiu quase 60 vezes, superando a marca de 2 milhões de barris/dia. Entre os marcos destacados pela agência está a comemoração, em 2011, dos primeiros 100 mil barris produzidos por dia pela nova região. Em novembro de 2018, o então campo de Lula, hoje Tupi, superou a marca de 1 bilhão de barris por dia, depois de ter ultrapassado em abril de 2017 a produção da região acima da camada de sal do oceano, até então única região explorada no País.
Outra marca destacada pela ANP foram os 3 milhões produzidos no pré-sal em setembro de 2019. Este ano, em janeiro, a produção ultrapassou a marca de 4 milhões se somado ao gás natural (barris de óleo equivalente).
Enquanto nos últimos 10 anos o volume do petróleo do pós-sal teve uma queda de produção da ordem de 57,3%, o volume no pré-sal disparou 5.877% no mesmo período.
Entre setembro de 2010 e setembro de 2020, o gás natural teve um crescimento de 96%, de 63,9 milhões de metros cúbicos por dia (m3/d) para 125,2 milhões de m3/d.
Levando em conta toda a produção fóssil – petróleo e gás, em mar e terra – a alta foi de 54% na década, passando de 2,399 milhões de boe/d para 3,694 milhões de boe/d em setembro deste ano.
Entre os Estados, apesar da redução da produção na bacia de Campos, o Rio de Janeiro continua liderando com grande margem, com a produção subindo de 1,544 milhão de barris de petróleo por dia para 2,389 milhões de b/d em setembro deste ano, devido ao fato de parte da bacia de Santos – onde fica grande parte do polígono do pré-sal – se localizar em frente ao Estado fluminense.
O Espírito Santo é o segundo maior produtor, porém manteve a produção praticamente estável em dez anos – de 240,3 mil b/d para 237,2 mil b/d – seguindo por São Paulo, saindo de praticamente zero para 192,4 mil b/d no período até setembro passado.
O pré-sal também ajudou a melhorar a qualidade do petróleo brasileiro, passando de uma média de 24,5 graus API em 2010 para 28 graus em 2020, alta de 14,3%. O grau API (American Petroleum Institute) é uma medida arbitrária que classifica a densidade do óleo, que fica melhor quanto mais de aproxima de 50 graus.
Por Denise Luna
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