A Minerva Foods informou nesta terça-feira, 3, que registrou um lucro líquido de R$ 58,3 milhões no terceiro trimestre deste ano, revertendo um prejuízo de R$ 82,7 milhões reportado em igual período de 2019. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Minerva no terceiro trimestre do ano alcançou R$ 554,2 milhões, alta de 21,9% sobre os R$ 454,5 milhões verificados no mesmo intervalo do ano anterior. A margem Ebitda foi de 10,8%, ante 10,1% no terceiro trimestre do ano passado.
A receita líquida obtida entre julho e setembro somou R$ 5,137 bilhões, uma alta de 13,9% sobre os R$ 4,511 bilhões obtidos nos três meses do ano passado. No terceiro trimestre do ano, a receita bruta atingiu R$ 5,437 bilhões, alta de 13,5% na comparação interanual. Do total, a divisão Brasil foi responsável por 48% da receita bruta, o equivalente a R$ 2,6 bilhões, e Athena Foods, por 44% do total, isto é, R$ 2,4 bilhões.
O índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) ficou em 2,2 vezes, o menor patamar dos últimos 12 anos, segundo a companhia. Um ano antes, o índice era de 3,8 vezes. Ainda segundo a empresa, o fluxo de caixa livre no trimestre, após despesas financeiras, capex e capital de giro, totalizou R$ 595,4 milhões, resultado positivo pelo décimo primeiro trimestre consecutivo, de acordo com a empresa.
O presidente da companhia, Fernando Galetti, disse, em comunicado divulgado pela Minerva, que a pandemia do coronavírus continua impondo uma série de dificuldades para a economia global, mas as perspectivas seguem positivas para o setor até o final do ano. Ele citou a demanda internacional aquecida e a permanência da peste suína africana. “Os problemas na oferta de outros exportadores de carne bovina devem beneficiar diretamente os players da América do Sul”, acrescentou.
No comunicado, Galetti também comentou sobre sustentabilidade, destacando o monitoramento de fornecedores indiretos da cadeia de bovinos, isto é, o rastreamento dos produtores que fazem a cria dos bezerros que serão comercializados para os fornecedores diretos da companhia. Segundo ele, os testes com a ferramenta Visipec, apresentada em setembro pela empresa, ainda são preliminares, contudo, bastante satisfatórios. “Em uma amostra de 3.314 fornecedores, localizados no bioma da Amazônia, alcançamos o expressivo resultado de 99,9% de conformidade nos fornecedores indiretos, um grande avanço para a companhia e um fato inédito para o setor.”
A empresa também informou que decidiu antecipar o pagamento de dividendos correspondentes a 25% do lucro líquido acumulado do ano. “Em linha com a política de dividendos aprovada, após o fechamento do 4º trimestre de 2020, a companhia complementará o montante de dividendos a ser distribuído, referente ao resultado total do exercício de 2020, e considerando a antecipação realizada”, disse em nota.
O resultado da Minerva no trimestre superou as expectativas de analistas do BTG Pactual, que divulgaram, no final de novembro, um relatório projetando alta de 7% na receita líquida da Minerva no terceiro trimestre do ano, para R$ 4,8 bilhões. O Ebtida reportado pela companhia também foi maior do que o esperado pelo banco, que previa crescimento de 16% na comparação anual, para R$ 528 milhões. Já a alavancagem veio em linha com as estimativas dos analistas, que apostaram em geração de fluxo de caixa livre positiva e alavancagem menor que 2,5 vezes.
Por Julliana Martins
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