As bolsas poderiam cair até 10% caso a disputa eleitoral nos Estados Unidos se arrastasse até o início de 2021, avalia o economista Nouriel Roubini, professor da Stern School of Business da Universidade de Nova York.
“Este grau de instabilidade política pode desencadear grande aversão ao risco nos mercados financeiros, num momento em que a economia já está desacelerando e as perspectivas de curto prazo para novos estímulos econômicos permanecem sombrias”, diz artigo do presidente da consultoria Roubini Macro Associates, conhecido por suas previsões sobre possíveis crises.
A campanha de Donald Trump suspeita da contagem de votos por correios, alegando que a modalidade abre espaço para fraudes. Na véspera da ida às urnas no país, ao menos 94 milhões de norte-americanos já votaram pelos correios, apontou levantamento do US Elections Project.
Roubini lembra que no pleito contestado em 2000 só houve desfecho em 12 de dezembro, quando a Suprema Corte dos EUA decidiu em favor do republicano George W. Bush contra o adversário democrata, Al Gore. Neste período, o índice Dow Jones caiu mais de 7%.
Desta vez, no entanto, o economista acredita que a incerteza poderia durar mais, eventualmente até meses, prejudicando os mercados.
“Mais ameaçadora é a perspectiva de um resultado muito contestado, com ambos os lados se recusando a ceder enquanto travam terríveis batalhas jurídicas e políticas nos tribunais, na mídia e nas ruas”, afirma Roubini.
Nesta segunda-feira, as bolsas americanas iniciaram novembro com valorização, se recuperando parcialmente das perdas da semana passada. Os índices Dow Jones e S&P 500 fecharam em alta de mais de 1%.
As últimas pesquisas de intenção de voto indicam vitória do democrata Joe Biden – com boa margem – contra o republicano Donald Trump na eleição presidencial prevista para terça-feira (3).
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