Mercados

Dólar volta a encostar em R$ 5,80, mas alta perde força com melhora em NY

O dólar voltou nesta quinta-feira, 29, novamente a encostar em R$ 5,80 pela manhã, mas a tarde acabou sendo de menor nervosismo. A divisa americana foi reduzindo o ritmo de alta e passou a cair no final do dia, acompanhando a melhora do mercado em Nova York, puxado pelas ações das gigantes de tecnologia. O dólar acabou subindo forte ante divisas principais, como o euro, mas nos emergentes operou com menos força.

No mercado doméstico, o noticiário político voltou ao radar dos investidores, após a confusão envolvendo uma conversa telefônica vazada entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em que este último mostra preocupação com o avanço do ajuste fiscal.

No encerramento, após subir 2,60% nos últimos dois dias, o dólar à vista terminou em leve alta de 0,09%, cotado em R$ 5,7671.

Já o dólar para novembro, que vence na sexta-feira, dia da tradicional disputa pela definição do referencial Ptax de outubro, operava com ganho de 0,30%, em R$ 5,7650 às 17 horas. O volume de negócios era de US$ 13,5 bilhões.

Para Bruno Musa, sócio da Acqua Investimentos, depois do nervosismo de na quarta, indicadores positivos da economia americana acabaram ajudando os mercados a se recuperarem. O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu 33,1% no terceiro trimestre, a taxas anualizadas, o maior nível da história.

No Brasil, ele destaca como positivas as declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, descartando a criação de um imposto sobre transações digitais, além de reforçar compromisso fiscal do governo. Sobre o episódio de Maia com Campos Neto, o impacto foi diluído após o parlamentar rapidamente tentar consertar as críticas ao presidente do BC, ressalta ele.

As mesas de câmbio também digeriram o comunicado da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O estrategista do Bank of America, David Beker, considerou o texto um pouco mais dovish do que o esperado. Ele projeta juros estáveis no Brasil até o segundo trimestre de 2021.

A Capital Economics também vê o BC em “modo dovish” e não espera alta de juros até ao menos 2022, mas o baixo diferencial de taxas do Brasil com o mundo segue como fonte de pressão no câmbio. O que ajuda a deixar o cenário mais incerto é o ambiente de elevada incerteza fiscal, ressalta o economista para mercados emergentes, William Jackson, em nota a clientes.

No exterior, o destaque nesta quinta foi a forte queda do euro, após o Banco Central Europeu (BCE) reconhecer o aumento de riscos e sinalizar que pode adotar mais estímulos na reunião de política monetária de dezembro. Esse movimento ajudou a fortalecer o dólar. Os estrategistas de moedas do TD Securities avaliam que após o BCE, as atenções dos investidores vão se focar totalmente nas eleições americanas, no próximo dia 3.

Por Altamiro Silva Junior

Estadão Conteúdo

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