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Correção: IGP-M sobe 3,23% em outubro ante alta de 4,34% em setembro, revela FGV

A nota enviada anteriormente continha incorreções no título e no texto. No título, na comparação com o IGP-M anterior, a variação correta é de alta de 4,34%, e não de 4,64%. No primeiro parágrafo, a alta de 4,34% aconteceu em setembro, e não em dezembro. Segue versão corrigida abaixo.

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu 3,23% em outubro, após alta de 4,34% em setembro, informou nesta quinta-feira, 29, a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado ficou acima da mediana das estimativas do mercado apuradas pelo Projeções Broadcast, de 3,09%, mas dentro do intervalo de 2,43% a 3,73%.

Com o resultado, o IGP-M acumula inflação de 18,10% em 2020 e de 20,93% nos 12 meses encerrados em outubro. Nesta base, é a maior taxa desde setembro de 2003, quando o índice somava alta de 21,42%.

O alívio no IGP-M foi puxado pelo arrefecimento do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M), que subiu 4,15% em outubro, depois de avançar 5,92% em setembro. A desaceleração foi sentida tanto nos preços ao produtor agropecuário (9,41% para 8,44%), quanto nos preços industriais (4,62% para 2,48%). O IPA-M acumula alta de 25,13% em 2020 e de 29,14% em 12 meses.

Na outra ponta, houve aceleração no Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M), de 0,64% em setembro para 0,77% este mês. O indicador acumula alta de 2,82% no ano e de 3,88% em 12 meses.

O Índice Nacional de Custos da Construção (INCC-M) acelerou de 1,15% para 1,69% no período, conforme divulgado pela FGV na terça-feira, 27. O índice acumula inflação de 6,34% em 2020 e de 6,64% nos 12 meses encerrados em outubro.

IPC-M

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) acumula variação positiva de 2,82% em 2020 e de 3,88% nos 12 meses encerrados em outubro, segundo a FGV. Cinco das oito classes de despesas do índice registraram variação positiva maior do que no mês passado. A maior contribuição veio do grupo Educação, Leitura e Recreação (1,73% para 3,10%), sob influência dos preços de passagem aérea, que subiu 34,21% em outubro após alta de 23,74% em setembro.

Também houve aceleração em Alimentação (1,30% para 1,90%), puxado por hortaliças e legumes (-3,10% para 2,65%), Saúde e Cuidados Pessoais (-0,52% para 0,04%), com destaque para plano e seguro de saúde (-2,40% para 0,00%). Outro grupo a acelerar foi Vestuário, puxado por roupas (-0,64% para 0,37%), além do grupo Comunicação (0,03% para 0,08%), influenciado por tarifa de telefone residencial (0,19% para 1,34%).

Houve desaceleração no grupo Transportes (1,07% para 0,12%), puxado pelo preço da gasolina (3,36% para -0,34%). O grupo Habitação também teve alta menor em outubro (0,50% para 0,32%), onde destacou-se tarifa de eletricidade residencial (0,49% para 0,15%). O outro grupo a desacelerar neste mês foi Despesas Diversas (0,28% para 0,12%), com influência de serviços bancários (0,23% para 0,10%).

Os itens que mais contribuíram para a alta do IPC-M de outubro foram passagem aérea (23,74% para 34,21%), arroz (11,08% para 14,84%), óleo de soja (23,77% para 22,87%), tomate (16,46% para 11,30%) e automóvel novo (0,29% para 0,70%).

No sentido oposto, as maiores influências para baixo no indicador vieram de gasolina (3,36% para -0,34%), cebola (-23,36% para -5,18%), manga (-7,52% para -8,86%), mamão papaia (-12,47% para -5,13%) e xampu, condicionador e creme (1,96% para -0,68%).

IPAs

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M) mostrou alívio no IGP-M de outubro pela primeira vez em cinco meses. Com o resultado de outubro, o IPA-M acumula 25,13% em 2020 e de 29,14% em 12 meses. Nesta base, é a maior taxa desde julho de 2003 (30,91%).

Nas aberturas por origem dos produtos, o IPA industrial teve a desaceleração mais intensa, de 4,62% em setembro para 2,48% este mês. O índice acumula alta de 19,96% em 2020 e de 21,37% nos 12 meses encerrados em outubro.

Os preços ao produtor agropecuário também tiveram alívio, de 9,41% para 8,44%. Com o resultado de outubro, o grupo acumula inflação de 39,69% no ano e de 52,82% em 12 meses.

Nos estágios de produção, a FGV apurou desaceleração nas matérias-primas brutas, de 10,23% em setembro para 5,55% em outubro. O alívio na taxa foi puxado pelo minério de ferro (10,81% para -0,71%), arroz em casca (38,93% para 9,20%), e leite in natura (9,52% para 3,29%), e contido por soja em grão (14,32% para 14,96%), laranja (4,54% para 13,54%) e cana de açúcar (0,87% para 2,22%).

As matérias-primas brutas acumulam variação positiva de 52,60% este ano e de 59,90% nos 12 meses encerrados em outubro.

Os bens intermediários também tiveram alívio nas taxas, de 4,05% em setembro para 3,74% em outubro. A variação foi puxada pela queda nos preços de combustíveis e lubrificantes para a produção, que recuaram 2,79% em outubro, após alta de 4,13% em setembro. O grupo tem alta de 14,51% em 2020 e de 15,56% em 12 meses.

Os bens finais, na outra ponta, ganharam tração ao subir 2,84% em outubro, de 2,83% em setembro. A principal contribuição para o resultado partiu dos alimentos in natura, com aceleração de 0,34% para 9,28% no período. Os bens finais avançam 10,44% no ano e 14,98% em 12 meses.

Influências individuais

As principais pressões para cima sobre o IPA-M de outubro partiram do milho em grão (14,89% para 10,95%), bovinos (7,38% para 6,92%), farelo de soja (8,79% para 13,45%) e carne bovina (5,35% para 4,70%), além da soja em grão.

Na outra ponta, os responsáveis pela desaceleração do índice foram óleo diesel (-1,20% para -6,77%), café em grão (5,69% para -8,29%), carne suína (15,73% para -2,66%) e leite industrializado (3,70% para -1,51%), além do minério de ferro.

Por Cícero Cotrim e Gregory Prudenciano

Estadão Conteúdo

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