Empresas

Havan deve retomar IPO no ano que vem

A varejista Havan vai tentar retomar seu projeto de oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) no ano que vem, perseguindo a avaliação que não conseguiu atingir em 2020. A varejista, comandada pelo empresário Luciano Hang – que costuma se envolver em polêmicas e é apoiador de primeira hora do presidente Jair Bolsonaro -, não conseguiu convencer o mercado em 2020 de que deveria chegar à Bolsa avaliada em R$ 70 bilhões.
Hang participou das conversas preliminares com investidores desde agosto, usando suas tradicionais camisetas com frases patrióticas. No entanto, não conseguiu convencer o mercado sobre o preço pretendido em um momento em que o mercado brasileiro tem uma sobreoferta de candidatas a IPOs.

Na época em que a varejista desistiu do IPO, uma fonte do setor disse que o modelo da Havan não é tão fácil de se entender – logo, seria necessário analisar mais a proposta. No início das tratativas, o empresário tinha colocado como alvo um valor de mercado de R$ 100 bilhões. Quando as conversas efetivamente começaram com os bancos, no entanto, esse valor já havia sido reduzido a R$ 70 bilhões. E nem assim a operação saiu do papel.
O prospecto da companhia, posteriormente retirado, havia sido protocolado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no fim de agosto. A empresa citava investimentos em expansão de lojas e do centro de distribuição, aportes em tecnologia e reforço no capital de giro.

A varejista foi criada em Santa Catarina e hoje tem 147 lojas físicas – muitas delas têm uma réplica da Estátua da Liberdade no estacionamento. O IPO também englobaria a venda de uma fatia da empresa por Hang.

No primeiro semestre, a Havan teve prejuízo líquido de R$ 127,5 milhões, ante lucro líquido de R$ 193,9 milhões no mesmo período de 2019. A receita líquida, de janeiro a junho, foi de R$ 3,27 bilhões, ante R$ 3,63 bilhões, considerada a mesma comparação.
Com o mercado muito seletivo e com muitas ofertas na rua neste fim de 2020, a quantidade de empresas desistindo de ofertas vem aumentando – foram 14 nas últimas semanas. No entanto a janela segue aberta, e o ano já é de recorde de emissão de ações na B3, a Bolsa paulista: o volume já supera R$ 95 bilhões, ante R$ 90 bilhões ano passado, a máxima anterior.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por Fernanda Guimarães

Estadão Conteúdo

Recent Posts

Reguladores e setor bancário dos EUA devem focar em riscos mais críticos, diz diretora do Fed

A turbulência bancária ocorrida no ano passado nos Estados Unidos ilustra claramente que supervisores e…

3 horas ago

ABBC diz que redução no teto do consignado INSS prejudica bancos de menor porte

A Associação Brasileira de Bancos (ABBC) afirma que as reduções do teto dos juros do…

16 horas ago

Governo enviará MP para flexibilizar lei de licitações em casos de calamidade, diz ministra

A ministra da Gestão, Esther Dweck, anunciou que o governo federal enviará uma Medida Provisória…

17 horas ago

AGU parabeniza 3 Poderes por ‘alto nível de diálogo interinstitucional’ sobre desoneração

O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, comemorou na rede social X (antigo…

17 horas ago

Consulta pública para projeto rodoviário da Nova Raposo recebe quase 2 mil contribuições

A consulta pública do projeto da rodovia Nova Raposo, em São Paulo, contou ao todo…

17 horas ago

Susep suspende por 30 dias prazos de processos sancionadores para seguradoras do RS

A Superintendência de Seguros Privados (Susep) aumentou prazos e suspendeu entregas de materiais regulatórios para…

17 horas ago