As bolsas da Europa fecharam em forte queda nesta quarta-feira, 28, em uma sessão marcada pela observação do avanço da covid-19 pelo continente e suas consequências, em especial o estabelecimento de restrições de mobilidade, reforçando o sentimento de aversão ao risco. Em um cenário de perspectivas econômicas negativas, as petroleiras tiverem robustas baixas, assim como setores muito ligados ao noticiário da doença, a exemplo das aéreas e automotivos. O índice pan-europeu Stoxx 600 atingiu seu menor valor desde maio, caindo 2,95%, a 342,17 pontos.
Com menos de uma semana para as eleições americanas, a incerteza com o cenário não beneficia a busca por riscos. Além disso, os últimos dias não deram indícios positivos sobre as tratativas por um acordo para um novo pacote fiscal no país.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse nesta quarta que a expectativa é de que o número de casos da doença continue aumentando na região pelas próximas “duas a três semanas”. Para o Morgan Stanley, as coisas vão piorar antes de melhorar com o inverno na Europa.
Sensível ao noticiário sobre o coronavírus, o setor da aviação registrou recuos consideráveis. As perdas foram sentidas pela Lufthansa (-4,54%), Air France – KLM (-6,35%), IAG (-2,76%), que controla Iberia e British Airways, EasyJet (-3,19%) e Ryanair (-5,18%).
Outro setor afetado negativamente com as perspectivas econômicas foi o de petróleo, com os preços do barril acumulando perdas próximas a 5% em Londres e Nova York. BP (-1,18%), Royal Dutch Shell (-2,11%), Total (-3,53%), Repsol (-3,11%), Eni (-3,52%) acumularam baixas em diversas praças, e à Galp, que caiu 6,81% em Lisboa, soma-se ainda um balanço divulgado nesta semana visto como negativo.
Em dia de balanço, a Fiat Chrysler divulgou queda na receita, levou as ações da companhia a caírem 3,87% em Milão. O dia também contou com notícias sobre a fusão da empresa com a PSA Group, responsável por marcas como Peugeot e Citroen, que também registrou queda. Em Paris, as ações cederam 3,92%.
No setor em Milão, a Pirelli registrou uma das maiores baixas, em 7,54%, e ajudou a pressionar o FTSE MIB a baixa de 4,06%, a 17.897,79 pontos. Na Itália, não são descartados novas medidas de isolamento em Milão e Napolês. Já na França, onde é aguardado o anúncio do presidente Emmanuel Macron sobre as ações do país para a contenção do vírus nesta tarde, a Renault com queda de 7,98% também reforçou a importância do setor para a baixa nas bolsas desta quarta. O CAC 40 teve queda de 3,37%, a 4.571,12 pontos.
Na Alemanha, a chanceler Angela Merkel conseguiu um acordo para a imposição de um lockdown parcial pelo período de um mês. A Volkswagen teve queda de 5,12% em Frankfurt, e está entre os destaques que levaram o DAX ao pior resultado dentre as principais bolsas europeias nesta quarta, em queda de 4,17%, a 11.560,51 pontos.
Em Londres, o HSBC registrou baixa de 3,69% sendo o setor financeiro mais um dos duramente atingidos nesta sessão. O Barclays teve queda de 2,63%, sendo ambos importantes fatores para a baixa de 2,55% no FTSE 100, a 5.582,80 pontos. Em Madri, o setor também teve perdas relevantes, com Santander (-2,89%), BBVA (-1,83%) e Caixabank (2,93%). O Ibex 35 teve baixa de 2,66%, a 6.474,40 pontos.
Em Lisboa, meios locais registraram o PSI 20 nos menores níveis desde março. O BCP Millenium ajudou nas quedas, fechando em baixa de 3,57%. O índice teve perdas de 2,23%, a 3.888,82 pontos.
Por Matheus Andrade
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