Mais uma autoridade política escolheu seu lado na briga entre os ministros Ricardo Salles, do Meio Ambiente, e Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), opinou que “não é saudável que um ministro ofenda publicamente outro ministro”, em referência às publicações de Salles criticando Ramos e o chamando de “Maria fofoca”, na última quinta-feira, 22. Além de criticar Salles, Alcolumbre elogiou a atuação de Ramos na relação com o Parlamento.
“Sem entrar no mérito da questão, faço duas ressalvas. 1. Como chefe do Legislativo, registro a importância do @MinLuizRamos na relação institucional com o Congresso. 2. Não é saudável que um ministro ofenda publicamente outro ministro. Isto só apequena o governo e faz mal ao Brasil”, escreveu Alcolumbre em sua página no Twitter.
Interessado na reeleição no Senado, Alcolumbre está alinhado com o governo e tem atuado como articulador dos interesses do Executivo. Ramos tem o apoio de Alcolumbre e já foi inclusive elogiado pelo senador em outras oportunidades. Assim como já fez o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que mais cedo também reforçou o apoio a Ramos ao acusar Salles de querer “destruir o próprio governo”.
Responsável pela articulação política com o Congresso, Ramos protagoniza o mais recente atrito dentro do governo, que já ocorria nos bastidores e foi tornado público nesta semana após Salles usar as redes sociais para se posicionar.
De um lado, Ramos conta com o respaldo de membros do Centrão e a ala militar. Já Salles tem como apoio a chamada ala ideológica do governo e o próprio filho do presidente e deputado federal, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). O conflito entre os dois ministros se baseia na desconfiança de Salles sobre a atuação de Ramos para derrubá-lo do cargo.
Diante das dificuldades orçamentárias da pasta do Meio Ambiente, Salles soube que Ramos teria articulado com o Ministério da Economia maiores recursos para as pastas da Infraestrutura e do Desenvolvimento Regional. Os dois ministros estiveram na sexta juntos do presidente Jair Bolsonaro em evento militar, que foi seguido de um almoço com demais membros do governo.
Enquanto o chefe do Executivo atua para pôr panos quentes na relação de seus chefiados, os dois ministros combinaram conversar pessoalmente em um compromisso futuro, mas ainda sem previsão de ocorrer.
Por Emilly Behnke
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