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Após apoio de Maia e Alcolumbre a Ramos, Salles fala em ‘assunto encerrado’

Depois de partir para cima do ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, a quem chamou de “Maria Fofoca”, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, não pretende seguir com a pancadaria. Ao assistir neste sábados às reações do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), Salles optou por não contra-atacar. “Para mim, este assunto está encerrado”, disse Salles ao jornal O Estado de S. Paulo, ao ser questionado sobre as declarações das duas lideranças do Congresso.

A decisão de Salles de não alimentar o confronto segue a orientação dada pelo presidente da Repúblia, Jair Bolsonaro, que não reprovou o gesto do titular do Meio Ambiente, mas não tem interesse em prolongar a crise.

Mais cedo, pelas redes sociais, Maia e Alcolumbre resolveram se colocar do lado de Ramos na disputa contra Salles. Maia disse que “o ministro Ricardo Salles, não satisfeito em destruir o meio ambiente do Brasil, agora resolveu destruir o próprio governo”.

Alcolumbre não só criticou Salles como elogiou Ramos na tarefa de articulação com o Congresso. “Não é saudável que um ministro ofenda publicamente outro ministro”, em referência às publicações de Salles criticando Ramos.

Ramos e Salles protagonizam o mais recente atrito dentro do governo, que já ocorria nos bastidores e foi tornado público nesta semana após Salles usar as redes sociais para se posicionar.

De um lado, Ramos conta com o respaldo de membros do Centrão e a ala militar. Já Salles tem como apoio a chamada ala ideológica do governo e o próprio filho do presidente e deputado federal, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). O conflito entre os dois ministros se baseia na desconfiança de Salles sobre a atuação de Ramos para derrubá-lo do cargo.

Diante das dificuldades orçamentárias da pasta do Meio Ambiente, Salles soube que Ramos teria articulado com o Ministério da Economia maiores recursos para as pastas da Infraestrutura e do Desenvolvimento Regional. Os dois ministros estiveram n sexta juntos e com o presidente Bolsonaro em evento militar, que foi seguido de um almoço com demais membros do governo.

Enquanto, o chefe do Executivo atua para pôr panos quentes na relação de seus chefiados, os dois ministros combinaram de conversar pessoalmente em um compromisso futuro, mas ainda sem previsão de ocorrer.

Por André Borges

Estadão Conteúdo

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