Categories: Economia

Abiquim: importações caem 9% no ano; exportações têm queda de 14,8% até setembro

As compras de produtos químicos vindos do exterior somaram US$ 30,3 bilhões no acumulado do ano, um recuo de 9% frente ao mesmo período de 2019. Já as exportações totalizaram US$ 8,3 bilhões, valor 14,8% abaixo do que o registrado entre janeiro e setembro de 2019. Os dados foram divulgados nesta terça-feira pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).

A entidade informou que em quantidades físicas, as importações de produtos químicos, até setembro, são recorde e superam 37 milhões de toneladas, aumento de 6,9% em relação ao igual período do ano passado (34,6 milhões de toneladas), o qual já havia sido, até então, o maior registro para o acumulado entre janeiro e setembro de um mesmo ano.

O Brasil importou US$ 3,7 bilhões em produtos químicos no mês de setembro, aumento de 10,2% em relação ao mês de agosto, ao passo que o valor exportado, de US$ 871,4 milhões, apontou um aumento de 1,5% na mesma comparação. Os produtos químicos mais importados foram os intermediários para fertilizantes, cujas compras externas totalizaram US$ 716,7 milhões no mês, aumento de 11,1% contra o mês imediatamente anterior. Já as mercadorias mais exportadas foram as resinas termoplásticas com vendas de US$ 103,5 milhões, redução de 13,4% contra agosto e de expressivos 23,1% na comparação com setembro do ano passado.

Segundo a Abiquim, nos últimos 12 meses (outubro de 2019 a setembro deste ano) o déficit do setor atingiu US$ 30 bilhões, “validando mês após mês as expectativas de que, apesar dos graves impactos econômicos da pandemia de covid-19, o indicador não deverá, até o final do ano, ser muito aquém daqueles resultados dos últimos anos, de saldos negativos de US$ 29,6 bilhões, em 2018, e de US$ 31,6 bilhões, em 2019”.

Para o presidente-executivo da Abiquim, Ciro Marino, a recente recuperação da atividade econômica trouxe alívio ao setor e sinaliza que o “fundo do poço” parece realmente ter ficado para trás, mas a conjuntura ainda é delicada e exige soluções em pautas críticas para o setor químico.

“Caso alguns desafios competitivos consigam ser superados rapidamente, como a regulamentação do novo mercado do Gás e o reequilíbrio da agenda internacional, com políticas comerciais alicerçadas em facilitação de comércio, cooperação internacional, competitividade e segurança jurídica do sistema de defesa comercial, temos todo o potencial para, já no curto prazo, ampliar a utilização da capacidade instalada e seguirmos mantendo a garantia de total disponibilidade de atendimento da demanda interna”, disse Marino.

Por Wagner Gomes

Estadão Conteúdo

Recent Posts

Para Apas, no curto prazo, não há problema de desabastecimento por tragédia do RS

O economista-chefe da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Felipe Queiroz, disse que no curto prazo…

11 horas ago

Nubank tem salto de 167% no lucro líquido no 1º tri, para US$ 378 milhões

O Nubank anunciou nesta terça-feira, 14, lucro líquido de US$ 378,8 milhões em sua holding…

11 horas ago

Lucro da Porto cresce 90,2% e atinge R$ 651 milhões no 1º tri

A Porto (ex-Porto Seguro) encerrou o primeiro trimestre deste ano com lucro líquido de R$…

11 horas ago

Aneel suspende corte de energia e cobrança de multa e juros por distribuidoras no RS

A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu nesta terça-feira, 14, suspender o…

11 horas ago

Moody’s: chuva no RS não afetará ratings, mas impactará qualidade de ativos de bancos

A crise climática que afeta o Rio Grande do Sul não afetará de modo significativo…

11 horas ago

Impacto financeiro das enchentes no RS para a Petrobras é praticamente zero, diz diretor

O diretor de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, Willian França, disse nesta terça-feira, 14,…

11 horas ago