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Corte de 212 árvores para obra federal causa protesto em São José dos Campos

A retirada de 212 árvores no bairro Jardim Paulista para a construção de uma subestação de energia no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) pegou os moradores de surpresa e causou muitos protestos, em São José dos Campos. O bosque servia de cobertura para uma pista de caminhada e abrigava ninhos de aves, segundo os moradores. O bairro fica próximo da Via Dutra, principal corredor rodoviário entre São Paulo e Rio de Janeiro.

Além de espécies nativas, havia frutíferas, como abacateiros e mangueiras nessa área.

Os moradores da região reclamaram da falta de aviso prévio e da discussão de possíveis alternativas ao corte das árvores. A derrubada repercutiu em redes sociais. “Não estão pensando no clima mesmo, quanto menos árvores, menos ar puro e doenças respiratórias, ainda mais próximo da Dutra. Quanta poluição tem”, postou Ana Paula Zago.

A derrubada das árvores acontece em um momento em que São José dos Campos é reconhecida pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) como uma das três cidades brasileiras com melhor manejo florestal urbano. O programa Tree Cities of the World avalia as abordagens mais bem sucedidas para o gerenciamento da arborização urbana.

A prefeitura informou que a obra é do Ministério da Defesa para a construção de subestação rebaixadora de tensão, com linhas de transmissão e distribuição, que irá fornecer energia elétrica para o campus do DCTA e para o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). “Por se tratar de uma área de domínio federal e uma obra de interesse nacional da Força Aérea Brasileira, a atribuição legal para o licenciamento ambiental compete à União”, informou.

Ainda segundo o município, “conforme tratativa e histórico de cooperação entre a prefeitura e o DCTA, foi estabelecida medida compensatória nos termos do Decreto Municipal 16.297/2015, sendo que para a supressão prevista de 212 indivíduos arbóreos, foi estabelecido o plantio de 4.995 mudas de árvores nativas da Mata Atlântica e Cerrado.” A compensação já foi cumprida. As árvores foram plantadas entre janeiro e fevereiro deste ano nas proximidades da área atingida pelo corte.

Por José Tomazela

Estadão Conteúdo

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