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BCE/Schnabel: por crescimento, políticas fiscal e monetária devem operar juntas

Dirigente do Banco Central Europeu (BCE), Isabel Schnabel argumentou nesta segunda-feira, 12, que as políticas monetária e fiscal devem operar de forma complementar para que a economia da zona do euro possa atenuar o quadro de inflação e crescimento deprimidos.

“Quanto mais baixas as taxas de juros nominais, maiores são os benefícios de usar outros domínios de política de forma mais ativa, em particular as políticas fiscais e estruturais”, explicou, em discurso na Conferência Interparlmentar de Estabilidade, Coordenação Econômica e Governança da União Europeia.

Schnabel ressaltou que, em muitos países avançados, bancos centrais têm sido criticados pela dificuldade em garantir que a inflação fique acima da meta. No entanto, para ela, algumas dessas críticas não têm fundamento, porque BCs possuem controle limitado sobre tendências de longo prazo que influenciam o comportamento dos juros.

“Ao longo das últimas décadas, fatores estruturais lentos, como menor tendência de crescimento da produtividade, envelhecimento da sociedade e excesso de poupança global, juntos levaram a um declínio mensurável dessas taxas de juros”, destacou.

Segundo a dirigente, por esses motivos, o BCE adotou uma série de políticas novas nos últimos anos, como programas de compras de ativos e juros negativos. “Existem muitos dados empíricos que sugerem que essas medidas não só foram necessárias para cumprir o nosso mandato de estabilidade de preços, mas também tiveram efeitos positivos consideráveis sobre o crescimento e o emprego na área do euro”, analisou.

Esses fatores, no entendimento de Schnabel, reforçam a mutualidade das políticas fiscal e monetária. “Não é hora de se preocupar com o fato de que o aumento da dívida pública hoje possa minar a estabilidade de preços amanhã. Pelo contrário, o uso mais ativo das políticas fiscais e estruturais no ambiente atual irá, se usado com sabedoria, apoiar a estabilidade de preços e promover a independência do banco central”, pontuou.

Por André Marinho

Estadão Conteúdo

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