Um alpinista morreu e outro ficou preso no paredão do Cânion Espraiado, em Urubici, na Serra Catarinense. A ocorrência foi registrada por volta das 10h da manhã de domingo, 11, e a operação de resgate durou cerca de seis horas. Lucas de Zorzi, de 39 anos, foi atingido na cabeça por uma pedra que deslizou durante a escalada e não resistiu. O alpinista Diego Braga, de 31, que acompanhava Zorzi, acabou ficando preso a 200 metros de altura do ponto mais alto do paredão de difícil acesso.
Segundo informações da 5ª Base de Aviação da Polícia Militar, ao perceber que o amigo estava desacordado após ser atingido, Diego Braga acionou diretamente a Central de Operações Aéreas, que se deslocou para o local. Todo o resgate foi feito de helicóptero, com uso da técnica de rapel, já que o acesso terrestre no local tem alto grau de dificuldade.
Ao acessar o local, os tripulantes verificavam que a vítima que parecia desacordada, na verdade, estava sem vida. O corpo foi removido com a técnica conhecida como “McGuire”, que consiste em içar a vítima sem o uso de maca. Outro tripulante conseguiu acesso ao segundo alpinista, efetuando sua avaliação primária e constatando apenas alguns arranhões.
Após retirar o corpo sem vida, a equipe retornou ao local do incidente e realizou a extração do segundo alpinista, transportando-o até Lages, onde fica a base. Após avaliação médica, o paciente que sobreviveu foi liberado.
Os dois alpinistas eram experientes e praticavam diversos esportes de aventura. Zorzi, que foi surpreendido pela pedra que se soltou na subida da escalada, foi campeão Brasileiro de Wingsuit Artístico nos anos de 2015, 2016 e 2017, e é o recordista Sul e Latino Americano da modalidade. Ele também praticava snowboard, alpinismo, rock climber, além de outros esportes radicais. Zorzi era proprietário da empresa Mill Indústrias de Serras. O velório e o enterro ocorrem em Lages, também na Serra Catarinense, nesta segunda-feira, 12. Zorzi deixou esposa e filho.
Por Fábio Bispo, especial para o Estadão
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