Um corpo metálico com cerca de três quilos de massa que está sendo construído num laboratório da Universidade de Brasília (UnB) subirá 500 quilômetros até o fim do próximo ano com uma missão: conectar áreas remotas do País. O Alfa Crux 1 é um nanossatélite em formato de cubo que permitirá a transmissão de dados e voz em áreas que hoje não são atendidas, o que poderá inclusive auxiliar no tratamento remoto contra a covid-19 nas regiões mais isoladas do País.
“O foco dele é estabelecer um sistema para atender comunicação prática e aplicação em internet de coisas, em geral para cenários mais adversos devido ao relevo, regiões com vários obstáculos ou que apresentem dificuldade de comunicação, como em áreas de mata densa”, explica Renato Borges, professor da UnB e um dos responsáveis pelo projeto.
Borges é membro do Instituto dos Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas (IEEE), uma organização de alcance global que atua na busca por soluções tecnológicas em áreas “esquecidas” ou de difícil acesso. E o nanossatélite brasileiro está surgindo também com esse propósito.
“Ele vai cobrir áreas como a Amazônia, por exemplo. Por lá é muito difícil implantar soluções terrestres, e às vezes não tem nem sentido mesmo, devido aos altos custos envolvidos”, cita, lembrando as vastas áreas de mata que cobrem a região.
O projeto da UnB conta com recursos da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF). Inicialmente, foi orçado em R$ 1,6 milhão, mas o investimento poderá quase dobrar até que o nanossatélite esteja pronto para ser lançado.
“Fomos impactados pela alta cambial, sobretudo nessa época de pandemia. Apesar de o projeto estar sendo totalmente desenvolvido no Brasil, muita coisa precisa vir de fora. A gente ainda não tem um mercado em que possamos comprar esses produtos, como se diz, na prateleira. O desenvolvimento desse projeto ajudará também nisso”, ressalta Borges.
Quando ficar pronto – a previsão é o último trimestre de 2021 – o Alfa Crux 1 irá pegar carona num foguete e será lançado a 500 quilômetros de altitude. O satélite tem previsão de ficar em órbita por dois anos, período em que terá como missão transmitir dados a partir de uma banda estreita – espécie de internet de baixa velocidade, mas que não afeta em nada seu propósito.
“As características técnicas desse sinal permite contornar obstáculos, penetrar em regiões mais densas e sofrer menos interferências nas regiões mais úmidas, como na floresta amazônica, onde você tem um ‘rio sobrevoando’ a floresta”, exemplifica o pesquisador.
Por Marcio Dolzan
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