O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, indicou nesta quinta-feira, 8, no evento Itaú LatAm Day, que países com orientação política de direita apresentaram uma resposta fiscal maior durante a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.
Em apresentação para o evento, Campos Neto mostrou um gráfico, formulado pelo Banco Central, que divide os países em dois grupos: aqueles politicamente mais orientados para a esquerda e aqueles politicamente mais orientados para a direita. Conforme os dados, a resposta fiscal média dos países de esquerda foi de 5,2% do Produto Interno Bruto (PIB). No caso dos países de direita, foi de 7,5% do PIB.
A apresentação de Campos Neto, no entanto, não revela quais são os países incluídos em cada um dos grupos (de esquerda e de direita).
No evento, Campos Neto reforçou uma série de mensagens dos documentos mais recentes do BC sobre política monetária. Conforme o presidente do Banco Central, “o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno”.
“Consequentemente, eventuais ajustes futuros no atual grau de estímulo ocorreriam com gradualismo adicional e dependerão da percepção sobre a trajetória fiscal, assim como de novas informações que alterem a atual avaliação do Copom sobre a inflação prospectiva”, registrou Campos Neto na apresentação do evento.
O presidente do BC também reafirmou que “a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado” e que a instituição não tem a “intenção de reduzir o grau de estímulo monetário”.
Roberto Campos Neto também repetiu, no evento, que os dados recentes sugerem que os gastos do consumidor nos Estados Unidos estão voltando aos níveis pré-crise.
No caso da Europa, segundo ele, o choque provocado pela pandemia do novo coronavírus afetou países e setores de forma assimétrica. “A recuperação começou em maio, após perdas severas em abril”, registrou Campos Neto.
Sobre a China, o presidente do BC afirmou que a recuperação econômica é rápida, apesar de incompleta. No caso dos países emergentes, a avaliação é de que as condições financeiras seguem restritas para aqueles que possuem fundamentos desfavoráveis.
Por Fabrício de Castro
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