O integrante do comitê de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) Yves Mersch afirmou que as medidas adotadas durante a crise se justificam por conta da pandemia de covid-19, mas não deveriam se perpetuar para além do período de turbulência. A resposta dada, conforme ele, foi substancial e traz lições importantes para o futuro.
“A resposta a nível europeu foi substancial. O BCE tomou decisões de política monetária excepcionais de longo alcance”, afirmou Mersch, em evento, nesta manhã, citando que o Programa de Compra de Emergência Pandêmica (PEPP, na sigla em inglês) injetou mais de 2 trilhões de euros em liquidez desde março, estopim da crise do novo coronavírus.
De acordo com ele, as medidas implementadas na zona do euro por conta da covid-19 devem elevar o Produto Interno Bruto (PIB) da região em 1,3 ponto porcentual e a inflação em 0,8 p.p. no fim de 2022.
As ações relacionadas à crise, conforme o integrante do BCE, liberaram cerca de 120 bilhões de euros em capital para bancos, que servirão de suporte para absorção de possíveis perdas ou viabilização de empréstimos de até 1,8 trilhão de euros.
As medidas implementadas pela Comissão Europeia e os países membros, destacou, foram essenciais para apoiar governos, empresas e trabalhadores. Embora alguma ainda não estejam vigentes, acrescentou, tiveram impacto crucial nos mercados.
“Os governos da área do euro adotaram até agora medidas no valor de cerca de 4,5% do PIB e garantias de empréstimos equivalentes a outros 20% do PIB”, concluiu Mersch.
O integrante do comitê de política monetária do BCE participa nesta quinta-feira de evento do Centro de Luxemburgo para História Contemporânea e Digital. De saída da autoridade monetária, seu mandato termina em 14 de dezembro.
Por Aline Bronzati
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