O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, reforçou nesta quarta-feira, 7, em evento da Brazilian-American Chamber of Commerce, uma série de mensagens dos documentos mais recentes do BC sobre política monetária. Conforme Campos Neto, “o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno”.
“Consequentemente, eventuais ajustes futuros no atual grau de estímulo ocorreriam com gradualismo adicional e dependerão da percepção sobre a trajetória fiscal, assim como de novas informações que alterem a atual avaliação do Copom sobre a inflação prospectiva”, registrou Campos Neto na apresentação do evento.
O presidente do BC também reafirmou que “a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado” e que a instituição não tem a “intenção de reduzir o grau de estímulo monetário”.
Gastos do consumidor
O presidente do Banco Central também afirmou que os dados recentes sugerem que os gastos do consumidor nos Estados Unidos estão voltando aos níveis pré-crise.
No caso da Europa, segundo ele, o choque provocado pela pandemia do novo coronavírus afetou países e setores de forma assimétrica. “A recuperação começou em maio, após perdas severas em abril”, registrou Campos Neto.
Sobre a China, o presidente do BC afirmou que a recuperação econômica é rápida, apesar de incompleta. No caso dos países emergentes, a avaliação é de que as condições financeiras seguem restritas para aqueles que possuem fundamentos desfavoráveis.
Ações
No evento, Roberto Campos Neto também cito a força das ações do Top 5, apesar da queda recente. Neste grupo estão os papeis de Amazon, Apple, Facebook, Google e Microsoft.
Ao mesmo tempo, Campos Neto pontuou que a recuperação é desigual e que os riscos trazidos pelos juros baixos e pela inadimplência prejudicam o setor financeiro. Ao tratar de instituições financeiras, ele afirmou que o aumento nas provisões para perdas ainda sugere cautela.
Campos Neto também voltou a afirmar, em sua apresentação, que no Brasil não existe uma “relação causal” entre o aumento da volatilidade no mercado de câmbio e a alta do volume de minicontratos negociados.
Ele registrou que “em outros mercados, o crescimento dos minicontratos geralmente aumenta a liquidez e reduz os spreads de compra/venda”. No Brasil, segundo o presidente do BC, “houve aumento coincidente da volatilidade e da proporção de minicontratos no volume total”. Ele pondera, no entanto, que “não existe necessariamente uma relação causal”.
Por Fabrício de Castro
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