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Qual a melhor máscara para correr?

Aos poucos, os corredores estão retornando às ruas, ansiosos para eliminar segundos do cronômetro perdidos durante a quarentena. Mas, com a obrigatoriedade do uso das máscaras, correr nunca pareceu tão desafiador.

Desde o início da pandemia, vêm surgindo diversas opções de máscaras. Para desvendar qual o melhor modelo para o exercício e te ajudar nesta retomada, fomos às ruas e testamos cinco diferentes tipos – das mais convencionais, encontradas em farmácias, às recém-lançadas por grandes marcas, próprias para a prática de esportes.

Para tal avaliação, reunimos um corpo de cinco jurados com diferentes relações com a corrida, dos mais amadores aos quase profissionais, para colocá-las à prova, na prática.

Todos os modelos foram testados em um percurso de no mínimo 5 km. Os mais profissionais seguiram adiante, e registraram tais impactos nos modelos conforme os quilômetros rodavam. Foram mais de 150 km percorridos pela equipe. Ao fim de cada prova, pedimos para os jurados comentarem sobre os seguintes quesitos:
respirabilidade, fixação e anatomia, material e a performance geral.

Veja a seguir como cada uma delas se saiu e qual melhor se adapta às suas necessidades:

Máscara Track & Field

O modelo conta com duas camadas: a externa é produzida em 90% poliéster e 10% em elastano, enquanto a camada interna é 100% em poliamida – mesmo material utilizado na confecção de
roupas de ginástica, capaz de absorver pouca umidade. E quando molha, seca rapidamente. A leveza do material é o ponto alto, tanto em questão de conforto quanto para a respirabilidade.

“Permite boa entrada e saída do fluxo de ar e não esquenta”, avalia Viviane. E, apesar da fixação ser com elásticos atrás das orelhas, ela não chegou a incomodar. “O ponto negativo é que ela não é estruturada, é mole, então em alguns momentos gruda um pouco na boca e no nariz”, justifica o educador físico Geovane.

“A performance geral foi excelente, em certos momentos até me esquecia de que estava usando máscara”, explica Adriano Araújo.

CUSTO-BENEFÍCIO

Ponto alto: boa respirabilidade e leveza do material
Ponto baixo: a camada interna gruda na boca
Treino leve: excelente
Treino longo: fica úmida

(R$ 19,90 em www.tf.com.br)

Máscara TNT com clip nasal

A máscara convencional descartável, encontrada em farmácias, tem seus pontos altos. O primeiro é o preço; em seguida, a leveza. A máscara é confortável em treinos mais curtos e tem boa respirabilidade, mas apenas no início do treino, já que o material absorve a transpiração. “Após 2 km já começa a ficar úmida e, ao final do percurso, estava bastante molhada pelo acúmulo do suor, o que começou a atrapalhar a respiração”, relata Hernan Figoli. Teve ainda quem precisou trocar a máscara durante o percurso, devido à umidade. O elástico também começa a incomodar depois de alguns quilômetros rodados. Por ser mais fina que as outras testadas nesta reportagem, não passa a sensação de segurança contra a covid-19. E, não vamos nos esquecer: as máscaras descartáveis não são recicláveis.

PRÁTICA

Ponto alto: preço e leveza
Ponto baixo: desconfortável e não é sustentável
Treino leve: ok
Treino longo: fica molhada e é necessário trocar

(R$ 39; 10 unidades, nas Lojas Americanas)

Máscara de elastano

O modelo pode desmotivar até os corredores mais animados, já que esta máscara requer mais esforço para respirar. O material, elastano, sintético e grosso, dificulta a passagem do ar, principalmente na hora de puxar o ar, redobrando o esforço e fazendo o corredor ofegar logo no início do treino, o que leve a um aumento da frequência cardíaca e fadiga antes do previsto. Além disso, ela esquenta quando se solta o ar pela boca, justamente pela própria dificuldade de passagem do fluxo de ar. “Achei a respirabilidade ruim, demorei para me adaptar. O tecido é grosso e é difícil puxar o ar fazendo o esforço da corrida”, descreve Viviane.

O encaixe foi outro problema. “Tive de ficar puxando a máscara o tempo todo para cima ou para baixo, pois ela deslizava conforme o movimento”, reclama Adriano.

NÃO RECOMENDAD

Ponto alto: nenhum
Ponto baixo: pesada e baixa respirabilidade
Treino leve: esquenta e dificuldade na respiração
Treino longo: molha, esquenta e incomoda

(R$ 12; no Mercado Livre)

Máscara Knit Fiber

Fabricada pela Fiber, empresa de Novo Hamburgo (RS), foi desenvolvida para corredores. É feita em tecido de poliamida por dentro e coberta por uma trama sintética de knit (semelhante às encontradas em tênis de corrida) por fora. “Apesar de parecer grosso, o tecido deixa o ar passar sem acumular umidade”, afirma Viviane. Possui um design ergonômico e bem estruturado, que deixa a máscara mais confortável para a respiração, uma vez que não fica grudada na boca. O suporte de elástico, apenas na parte superior da cabeça, é um ponto positivo para quem gosta de correr de óculos, já que não disputa espaço atrás das orelhas. Conta também com ajuste regulável.

Só não é um modelo barato, mas é resistente. Pode ser usada com a proteção de um filtro descartável – barreira extra contra a covid-19.

ENCAIXE PERFEITO

Ponto alto: fixação e anatomia
Ponto baixo: preço
Treino leve: perfeita
Treino longo: tecido interno fica molhado depois dos 10 km

(R$ 70; R$ 30 caixa com 30 refis de filtros em mascaraknit.com.br)

Asics Runner Fast Cover

Desenvolvida especificamente para a prática de esportes – em pouco menos de três meses -, esta máscara acaba de chegar ao mercado. Por isso, apenas três dos jurados puderam testá-la. Como era de se esperar, ela superou as expectativas. Seu design conta com saídas de ar estratégicas, que dão espaço para respirar e evitam o acúmulo de suor.

“Elas dão uma sensação de refresco dentro da máscara”, entrega Viviane. O material seca rápido, o que ajuda a resfriar o ar no interior. É leve e, ao mesmo tempo, tem estrutura, ficando afastada da boca e do nariz.

A alça fina e com possibilidade de regulagem ajuda na fixação e no conforto. As bordas ficam firmes no rosto – assim, não deixam o ar vazar e embaçar os óculos. “Fiz um percurso com subidas, embaixo do sol forte, e a máscara incomodou pouco”, conta Geovane.

TECNOLÓGICA

Ponto alto: conforto, respirabilidade
Ponto baixo: preço
Treino leve: excelente
Treino longo: excelente

(R$ 149, em asics.com.br)

CONHEÇA OS JURADOS

Viviane Jorge, editora de arte do Estadão

Praticante de corrida de rua desde 2017, coleciona mais de 2 mil quilômetros rodados. Treinava para sua segunda meia maratona quando veio a quarentena. “Só consegui voltar a treinar na rua depois de ter um modelo de máscara mais específico.”

Adriano Araújo, editor assistente de multimídia do Estadão

“Amador” é como ele define sua relação de idas e vindas com a corrida. Usa o esporte para ganhar condicionamento físico. “Com tantos modelos disponíveis, não há razão para se arriscar praticando exercícios sem proteção.”

Geovane Rega, educador físico

Formado em educação física, percorre as ruas da cidade desde 2009 atrás de conquistar o seu melhor tempo nas provas. “Este processo me mostrou que é necessário testar, pois existem inúmeros fatores ao praticar a corrida, o percurso, o clima, o tipo de treino, os objetivos…”

Hernan Figoli, perfumista e corredor amador

Apesar de autodeclarado corredor amador, Hernan já rodou o mundo correndo. Conquistou a medalha das Six Majors, conferida àqueles que já completaram o maior circuito mundial de maratonas (Boston, Londres, Berlim, Chicago, Nova York e Tóquio).

Renata Mesquita, repórter do caderno Paladar

Tem relação mais próxima com a esteira do que com as ruas. Mas, na quarentena, trocou o ambiente fechado pelo ar puro – apesar de ainda estar confinada aos 5 km.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por Renata Mesquita

Estadão Conteúdo

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