Líder com larga vantagem nas pesquisas de intenção de voto na eleição em Belo Horizonte, o prefeito da cidade Alexandre Kalil (PSD), que disputa a reeleição, fez nesta segunda-feira, 5, seu primeiro ato de campanha e afirmou que não vai sair às ruas para pedir votos por causa da pandemia do novo coronavírus. O prefeito acredita que, quem fizer isso, vai perder eleitores. O primeiro ato de campanha e Kalil foi uma visita à seção regional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Minas.
Kalil também justificou a ausência no primeiro debate entre os concorrentes na eleição para a capital, realizado pela Band Minas. “Não ofereceram teste. Era um debate com 15 candidatos. Três horas e meia em um lugar fechado. E o mundo está mostrando que um homem de 61 anos com comorbidade, ficar fechado para falar cinco minutos? Neste tipo de evento, eu não vou”, declarou. Na verdade, 11 candidatos participaram do debate. O partido de quatro deles não tem representação em número suficiente no Congresso Nacional e ficaram fora, conforme prevê a legislação eleitoral.
O não comparecimento a debates é estratégia tradicionalmente utilizada por candidatos que estão à frente nas pesquisas. Kalil, no entanto, nega que esse seja o seu caso. O prefeito afirmou ter tentado acompanhar a transmissão. “Cochilei, não consegui seguir”, disse. Pesquisa Ibope divulgada na sexta-feira, 2, mostra Kalil com 58% das intenções de voto, com o deputado estadual João Vítor Xavier (Cidadania), com 4%, em segundo lugar. O prefeito nega que a vantagem tenha sido motivo para a ausência no debate. “Não me empolgo com pesquisas”, respondeu, ao ser questionado por repórteres na saída da OAB.
Kalil afirmou que ainda não sabe como será sua agenda para a campanha. “Vocês estão achando que vou para o morro? Vou aglomerar gente em volta de mim, entendeu? Então eu tenho responsabilidade. Não posso pregar uma coisa aqui e fazer outra por causa de voto. E duvido que algum candidato vai para rua aglomerar gente. Porque se for vai perder voto”.
O diretor de Jornalismo da Band Minas, Murilo Rocha, afirmou que a emissora seguiu todas as regras de segurança sanitárias definidas pelos órgãos de saúde, inclusive municipal, para a realização do debate, e que não houve consenso, entre os representantes legais dos partidos, a respeito da necessidade do exame, que havia sido oferecido pela emissora.
Por Leonardo Augusto, especial para o Estadão
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