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CNI: expectativa do consumidor continua em baixa, em especial com emprego e renda

A deterioração das expectativas com relação ao emprego, renda e evolução futura dos preços levou a mais uma queda do nível de confiança do consumidor brasileiro em setembro. É o que mostra a pesquisa divulgada nesta quinta-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que aponta para um Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec) de 42,8 pontos em setembro, abaixo da linha dos 50 pontos, que denota falta de confiança.

Esse índice é 3,3 pontos abaixo da média histórica, de 46,1 pontos e 4,5 pontos inferior ao registrado em dezembro de 2019, que é último resultado disponível da pesquisa, já que as edições de março e junho de 2020 do Inec foram canceladas em razão da pandemia da covid-19.

De acordo com a CNI, há um pessimismo com relação à evolução futura dos preços, do desemprego e da renda. A pesquisa revela ainda uma piora nas expectativas com relação às condições financeiras.

O índice de expectativa de inflação mostra uma deterioração significativa das perspectivas dos preços para os consumidores. A CNI destaca que esse indicador já vinha de quatro altas consecutivas em dezembro de 2019, e registrou nova alta em setembro. “A despeito da baixa inflação da economia como um todo, possivelmente o aumento de preços em produtos específicos, sensíveis para o consumidor, está afetando a percepção do poder de compra do consumidor e contaminando suas expectativas”, diz o documento da entidade.

Dentre os componentes do Inec, o único que não apresentou queda foi o de compras de bens de maior valor. “O resultado reflete o início de período mais favorável para o consumo desses bens e as medidas do governo de transferência de renda”, destaca a CNI. Em setembro, esse índice ficou em 53,4 pontos, 1,0 ponto acima do registrado em dezembro de 2019.

O índice de expectativa registrado em setembro caiu em relação a dezembro em todas as faixas de renda familiar. Essa queda foi maior entre os consumidores com maiores faixas de renda, sobretudo a de mais de cinco salários mínimos. Apesar disso, a confiança ainda é menor entre os mais pobres, segundo a CNI.

Por região, o Sudeste se distancia como região cuja população tem a menor confiança. Mas todas as regiões do País tiveram um recuo no indicador em setembro na comparação com dezembro de 2019. O levantamento também mostra que a confiança é menor quanto maior a instrução do entrevistado.

A pesquisa foi realizada pelo Ibope Inteligência, no período de 17 a 20 de setembro, e foram realizadas 2.000 entrevistas em 127 municípios.

Por Brasília

Estadão Conteúdo

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