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Para mitigar risco de fraudes, Pix vai prever limite do valor da transação

Após manifestações de preocupações dos bancos para o regulador em relação a possíveis fraudes, o sistema de pagamentos instantâneos Pix, que estreia em novembro, será lançado com a possibilidade de limite para as transações. O sinal positivo do Banco Central em relação a essa demanda ocorreu na última sexta-feira. Bateu-se o martelo, assim, que o limite será o mesmo que das transações de débito.

“Discutimos muito com o Banco Central. Em todos os lugares do mundo tem limitação e, a princípio, não teria aqui. Sempre que se começa um sistema de pagamentos instantâneos há o risco de fraude, e não se ter uma limitação era uma preocupação grande”, disse hoje o diretor de estratégias PME e open banking do Itaú Unibanco, Carlos Eduardo Peyser, em seminário sobre o Pix, organizado para jornalistas. O BC estabeleceu, assim, que o limite do Pix deveria ser o mesmo de “transações equivalentes”.

Conforme Peyser, em um primeiro momento poderia se imaginar, segundo ele, que as operações mais próximas são os DOCs e TEDs, mas esses não operam fora do horário comercial, destacou, logo não seriam uma boa comparação em termos de segurança. Por isso, a conclusão foi de que o débito seria um equivalente mais apropriado.

A redução de valor, contudo, é uma possibilidade e vai ficar a critério de cada participante, até porque há aqueles, como as carteiras virtuais (wallets) que não possuem operação de débito. O limite da operação do Pix entre os bancos, por sua vez, não será igual, visto que cada um tem um limite diferente. Para os bancos que têm um teto diferente para o uso do débito de madrugada, por exemplo, os limites do Pix poderão acompanhar essa mudança. Vale lembrar que pelo o que foi estabelecido pelo BC, o limite da operação do Pix não pode ser inferior ao limite do débito.

O diretor de Segurança Corporativa do Itaú, Adriano Volpini, disse que tal limite não é “imutável” e que pode ser alterado conforme o sistema, as pessoas e a tecnologia evoluem. “É quase óbvio que teremos um avanço nessas ofertas do canal para o cliente. Mas o limite hoje visa mais preservar as pessoas e o sistema de pagamentos em si do que propriamente limitar perdas. Os bancos têm uma experiência e resiliência importantes para esse tipo de problema”, disse.

Por Fernanda Guimarães

Estadão Conteúdo

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