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Dólar tem dia de forte oscilação e termina em queda, a R$ 5,51

O dólar teve dia de forte oscilação nesta quinta-feira, 24, batendo em R$ 5,62 pela manhã e caindo para R$ 5,49 na parte da tarde. Após subir por quatro pregões consecutivos, acumulando alta de quase 7%, hoje a moeda americana devolveu parte dos ganhos, com o real registrando o melhor desempenho ante a moeda americana, considerando uma cesta de 34 divisas mais líquidas. O Banco Central melhorou projeções de crescimento para o Brasil, mas o quadro de cautela persiste no exterior e hoje Goldman Sachs e Morgan Stanley alertaram para chance de menor expansão pela frente nos EUA e Europa.

Dirigentes do Federal Reserve também não esconderam suas preocupações com a atividade econômica americana em uma série de pronunciamentos na tarde desta quinta-feira, mas o dia foi de maior apetite por risco nos Estados Unidos. Mas a sinalização dos democratas de um novo pacote fiscal ajudou a estimular a busca por risco e a enfraquecer o dólar no mercado internacional. “Investidores estão desesperados por boas notícias”, disse a diretora de moedas da gestora BK Asset Management, Kathy Lien, citando que o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, também mostrou disposição hoje em negociar um pacote fiscal.

Para o diretor da Mirae Asset, Pablo Spyer, as conversas para retomar as negociações de um pacote de estímulos nos EUA ajudaram a animar os investidores. Com isso, houve relatos de ingresso de capital externo, em busca de oportunidades na B3. No encerramento dos negócios, o dólar à vista terminou em queda de 1,37%, cotado em R$ 5,5106. No mercado futuro, o dólar com liquidação em outubro era negociado em baixa de 1,53%, em R$ 5,5060 às 17h, com volume de US$ 16 bilhões.

Moedas que caíram forte recentemente, como a libra, o dólar canadense, o euro e o peso mexicano hoje tiveram dia de recuperação. O dólar caiu na maioria dos emergentes. No Brasil, traders nas mesas de câmbio destacam que o dólar bateu em R$ 5,62, mas não se sustentou nesta patamar em meio à expectativa que o Banco Central pudesse intervir no mercado. “Isso segurou a alta, levando a um desmonte de posições”, disse um gestor de recursos. Ao mesmo tempo, o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, dava entrevista à imprensa para comentar o relatório trimestral de inflação, mas não falou sobre o câmbio, se limitando a dizer que o BC está tranquilo em relação ao impacto do dólar para as projeções de inflação.

Apesar da queda de hoje, os estrategistas do Bank of America estão mais “cautelosos” com o real. A expectativa é de mais volatilidade pela frente, principalmente por conta do aumento do risco fiscal. Uma das dúvidas é se o teto de gastos será mantido em 2021. O BofA acredita que sim, mas até lá haverá muito barulho em Brasília, aumentando a pressão no mercado de câmbio. Nesse ambiente, a previsão do banco americano é de dólar encerrando 2020 em R$ 5,40.

Por Altamiro Silva Junior

Estadão Conteúdo

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