O conselho de ética do diretório nacional do Novo comunicou aos filiados do partido na noite desta quarta-feira, 23, a suspensão em caráter liminar dos direitos de filiado de Filipe Sabará, candidato da sigla à Prefeitura de São Paulo. Segundo o comunicado, que foi obtido pelo Estadão, Sabará terá prazo estabelecido pelo estatuto para a manifestação de sua defesa. A candidatura está temporariamente suspensa.
“O Diretório Nacional reforça a determinação do CEP de suspensão temporária de todas as ações de pré-campanha em nome do candidato até o assunto seja efetivamente julgado”, disse o documento interno. Procurado, Sabará não se manifestou até a publicação deste texto.
O diretório nacional do Novo recebeu nesta quarta-feira um pedido de impugnação de Sabará assinado por Kauan Gonçalves Viscardi, de Santa Catarina. O motivo da contestação, contudo, não foi informado porque o documento é “sigiloso”, segundo o partido.
Antes da suspensão, Sabará afirmou, em nota, que “todos os esclarecimentos serão prestados ao conselho de ética do partido dentro do prazo legal”. Ele disse ainda que considera o pedido “totalmente infundado e fruto de insatisfação de um pequeno grupo de pessoas que não aceita opiniões divergentes”.
A iniciativa chega no momento que Sabará é alvo de uma rebelião interna de pré-candidatos a vereador da capital. Um grupo criado no WhatsApp intitulado Tentando Salvar o Novo tem criticado duramente as declarações de Sabará em defesa do presidente Jair Bolsonaro. Na semana passada, o debate interno foi acirrado após o candidato ter dito em um programa de rádio que Paulo Maluf foi o melhor prefeito que a capital paulista já teve. A declaração provocou reações até do fundador do Novo, João Amoêdo, e do deputado estadual Heni Ozi Cukier, que se manifestaram contra a fala no Twitter.
“O partido está fornecendo (aos candidatos a vereador) materiais de campanha com o Filipe, mas eu recusei. Não quero misturar meu nome com o Sabará”, disse Luiz Bucciarelli, que passou no processo seletivo do Novo e tentará uma vaga na Câmara Municipal. Um dossiê apócrifo com acusações contra o pré-candidato à Prefeitura circula nos grupos de WhatsApp do partido.
Na semana passada, Sabará também se envolveu em uma polêmica com o ex-porta-voz do Vem Pra Rua Rogério Chequer, que foi candidato do Novo ao governo paulista em 2018. Na mesma entrevista em que elogiou Maluf, o candidato foi questionado sobre uma declaração contra Chequer feita durante a campanha, na qual o chamou de “oportunista”.
Por Pedro Venceslau
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