O Banco Central reconheceu nesta terça-feira, 22, que a inflação ao consumidor “deve se elevar no curto prazo”. De acordo com a instituição, contribuem para isso “o movimento de alta temporária nos preços dos alimentos” e a “normalização parcial dos preços de alguns serviços”, na esteira da retomada da atividade e da redução do isolamento social.
Essas considerações foram feitas por meio da ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), publicada pela manhã. Na semana passada, o colegiado manteve a Selic (a taxa básica de juros) em 2,00% ao ano, após ter promovido nove cortes consecutivos.
Da reunião do Copom de agosto para a de setembro, algumas pressões inflacionárias ficaram claras, como a verificada na alta do preço do arroz. No documento de hoje, o Copom trata a pressão sobre os alimentos como “temporária”.
Na ata, o colegiado também avaliou que os preços administrados devem apresentar “variação contida”. Como exemplo, o BC citou “o recuo nas tarifas de plano de saúde em setembro e a queda projetada para o preço da gasolina a partir de outubro”.
No mais recente Relatório de Mercado Focus, publicado na segunda-feira, 21, os economistas do mercado financeiro projetaram alta de apenas 0,90% nos preços administrados no acumulado de 2020. No caso de 2021, porém, a expectativa é por elevação de 3,84%.
Por Fabrício de Castro e Eduardo Rodrigues
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