Categories: Economia

Dólar tem novo dia de alta com exterior e vai a R$ 5,46

O dólar chegou novamente a encostar em R$ 5,50 no começo da tarde desta terça-feira, 22, em movimento influenciado principalmente pelo mercado externo, após as novas críticas de Donald Trump à China na Assembleia Geral das Nações Unidas e discursos de dirigentes do Federal Reserve alertando para o cenário altamente incerto. No final da tarde, o ritmo de alta da moeda americana perdeu fôlego, acompanhando a melhora das bolsas americanas, com ações de tecnologia se recuperando das perdas recentes. Mesmo assim, o real, junto com o peso mexicano, amargou o pior desempenho desta terça-feira no mercado internacional, considerando as 34 divisas mais líquidas.

No mercado à vista, o dólar subiu 1,27%, para R$ 5,4691, a terceira alta seguida, se mantendo no nível mais alto desde 31 de julho, quando encerou em R$ 5,48. No mercado futuro, o dólar para outubro era negociado em R$ 5,4760, com ganho de 1,11% às 17h.

Após uma manhã de instabilidade, o dólar firmou alta nos negócios da tarde. O discurso de Jair Bolsonaro na ONU foi monitorado pelas mesas de câmbio, mas não afetou as cotações. O presidente brasileiro defendeu sua política ambiental e a forma como o governo lidou para combater os efeitos da pandemia do coronavírus.

Já Trump engrossou as críticas dirigidas a Pequim, voltando a responsabilizar o país asiático pela pandemia e usou o termo “vírus chinês” para se referir ao coronavírus. “A maior parte do discurso foi sobre a China, o que ajuda a piorar a perspectiva para a relação dos dois países”, destaca o chefe da mesa de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagem. Neste ambiente, moedas de emergentes e exportadores de commodities foram penalizadas. Já o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, voltou a falar da necessidade de mais estímulos fiscais para dar fôlego à economia americana e alertou para a incerteza sobre a retomada.

A agenda doméstica foi fraca nesta terça-feira, com destaque ficando para divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O documento ajudou a trazer alguma pressão para o câmbio mais cedo, na medida em que sinalizou juros baixos pela frente, sem menção a taxas subindo. “A política monetária no Brasil vai permanecer flexível por um tempo mais longo do que os mercados esperam”, avalia o economista-chefe de mercados emergentes da consultoria Capital Economics, William Jackson, destacando que a pressão recente de preços de alguns alimentos é temporária e não assusta o Banco Central. Para ele, os juros só devem subir no Brasil em 2022, o que ajudará a manter o real pressionado, acima de R$ 5,00.

Por Altamiro Silva Junior

Estadão Conteúdo

Recent Posts

Justiça nega pedido por AGE na Petrobras que protelaria posse de Magda Chambriard

A Justiça Federal negou um pedido de decisão liminar que poderia obrigar a Petrobras a…

12 horas ago

Visões de Maria, estátuas que choram; veja novas regras do Vaticano para validar evento sobrenatural

O Vaticano revisou na sexta-feira, 17, o processo de avaliação de supostas visões da Virgem…

17 horas ago

Reguladores e setor bancário dos EUA devem focar em riscos mais críticos, diz diretora do Fed

A turbulência bancária ocorrida no ano passado nos Estados Unidos ilustra claramente que supervisores e…

21 horas ago

ABBC diz que redução no teto do consignado INSS prejudica bancos de menor porte

A Associação Brasileira de Bancos (ABBC) afirma que as reduções do teto dos juros do…

1 dia ago

Governo enviará MP para flexibilizar lei de licitações em casos de calamidade, diz ministra

A ministra da Gestão, Esther Dweck, anunciou que o governo federal enviará uma Medida Provisória…

1 dia ago

AGU parabeniza 3 Poderes por ‘alto nível de diálogo interinstitucional’ sobre desoneração

O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, comemorou na rede social X (antigo…

1 dia ago