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BOE avalia espaço para cortar juros, incluindo taxas negativas, diz Bailey

O presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Andrew Bailey, disse nesta terça-feira, 22, que a instituição tem avaliado o espaço disponível para possíveis cortes de juros, incluindo a possibilidade de adotar taxas negativas. O juro básico do BoE está atualmente em 0,1%.

Bailey, que falou durante evento online da Câmara Britânica de Comércio (Britcham), afirmou que o BoE concluiu que juros negativos precisam estar entre seus instrumentos de política monetária.

Andrew Bailey disse ainda que o BoE fará tudo que puder para sustentar a economia britânica e não tomará qualquer iniciativa no sentido de apertar sua política antes que haja “indícios bem claros de progresso significativo” no sentido de atingir sua meta oficial de inflação, que é de 2%.

Ele ressaltou, porém, que, assim como o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), o BoE é flexível na condução da inflação de volta à meta. No mês passado, o Fed mudou a orientação de sua política, passando a considerar uma meta de inflação média de 2%.

Bailey disse, ainda, que o comunicado divulgado na última quinta-feira (17), quando a instituição deixou sua política monetária inalterada, não implica que o BC inglês irá usar o instrumento de juros negativos. Segundo ele, o comunicado diz apenas que o BoE precisa saber como eventualmente implementar juros negativos e que não há necessidade de fazer muitas interpretações com base no que foi publicado.

Recuperação

Andrew Bailey também disse que a recuperação do Reino Unido tem sido bastante rápida e substancial após o choque do coronavírus, mas também muito desigual pelos diferentes setores da economia. Ele afirmou que a recuperação britânica no terceiro trimestre está um pouco acima das expectativas. Bailey apontou também a fraqueza do mercado de trabalho e dos investimentos, mas destacou que o mercado imobiliário está forte.

Brexit

O presidente do BOE disse também que a instituição está acompanhando os desdobramentos do Brexit com “muito cuidado”. Bailey comentou que o melhor resultado seria que Reino Unido e União Europeia (UE) chegassem a um acordo sobre sua futura relação comercial, que entraria em vigor depois que terminar o período de transição do Brexit, no fim do ano. Na hipótese de um Brexit sem acordo, Bailey disse que o BoE fará tudo que puder para ajudar a economia britânica.

Por Sergio Caldas

Estadão Conteúdo

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