Ao decidir pela manutenção da Selic (a taxa básica de juros) em 2,00% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reafirmou que, em seu cenário básico para a inflação, permanecem fatores de risco em ambas as direções.
De um lado do balanço, continua o risco da elevada ociosidade da economia produzir inflação abaixo da esperada, “notadamente quando essa ociosidade está concentrada no setor de serviços”. “Esse risco se intensifica caso uma reversão mais lenta dos efeitos da pandemia prolongue o ambiente de elevada incerteza e de aumento da poupança precaucional”, destacou o Copom na ata do encontro, divulgada nesta terça-feira.
Porém, o BC considera que medidas de resposta à pandemia de covid-19 que piorem a trajetória fiscal de forma prolongada – ou mesmo a frustração com a continuidade das reformas – podem elevar os prêmios de risco.
“Adicionalmente, os diversos programas de estímulo creditício e de recomposição de renda, implementados no combate à pandemia, podem fazer com que a redução da demanda agregada seja menor do que a estimada, adicionando uma assimetria ao balanço de riscos”, disse o BC. “Esse conjunto de fatores implica, potencialmente, uma trajetória para a inflação acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária.”
Estas avaliações já constavam do comunicado da semana passada do Copom e foram reiterados na ata hoje divulgada.
Por Fabrício de Castro e Eduardo Rodrigues
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